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Índios pedem ao presidente da Funasa que garanta atendimento de saúde na região, diz missionário

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Ana Paula Marra
10 de Fev de 2006

Lideranças indígenas das etnias krikati, gavião, awa-guajá e guajajara querem se reunir na próxima segunda-feira (13), no Maranhão, com o presidente da Fundação Nacional de Sáude (Funasa), Paulo Lustosa.

No encontro, além de apresentarem uma pauta de reivindicações à Funasa, os índios vão pedir que Lustosa garanta que a instituição atenderá suas solicitações. A informação é do membro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Maranhão, Humberto Rezende Capuci, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo ele, os índios também querem participação na reunião de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

"A intenção desta reunião é que se resolva uma série de pendências com relação à assistência médica nas aldeias da região", disse Lustosa. Dois técnicos da Funasa já foram deslocados à região para dar início às negociações, mas, conforme destacou Lustosa, eles não têm nenhum poder de decisão.

Segundo Rezende, a pauta de reivindicações dos indígenas inclui a anulação da 3ª Conferência Distrital de Saúde Indígena, que aconteceu este mês em São Luiz, realizada, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), "de forma atropelada e sem respeitar as etapas preparatórias de nível local, como estabelece a Lei 8.142/90".

Os índios também reivindicam o cancelamento do contrato com a organização não-governamental Missão Evangélica Caiová para atendimento à saúde indígena no Maranhão, firmado, segundo o Cimi, de forma unilateral.

Caso a Funasa não dê nenhuma garantia de que as reivindicações serão atendidas, os índios de aldeias do Sul do Maranhão ameaçam fazer novos protestos. Humberto Rezende informou, inclusive, que, se desta vez as negociações não tiverem êxito, as etnias krikati, gavião, awa-guajá e guajajara voltarão a ocupar a estrada de ferro Carajás, no município de Alto Alegre do Pindaré, distante 360 km de São Luis (MA), em protesto contra a Funasa. Dessa vez, segundo o representante do Cimi, a ocupação não terá prazo para terminar.

Os índios desocuparam ontem a estrada de ferro Carajás, depois de um acordo com representantes da Funasa, da Funai e da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), proprietária da ferrovia. Durante a ocupação, os indígenas também mantiveram, como reféns, quatro funcionários da CVRD.

Em nota divulgada à imprensa na última quarta-feira, a Funasa afirma que todas as reivindicações dos indígenas estão sendo cumpridas e informa que a instituição já está em negociação com as lideranças indígenas do Sul do Maranhão para a resolução do impasse.

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