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Índios Pataxó aprendem a cultivar mudas da Mata Atlântica

Atlântica News-Eunápolis-BA
16 de Abr de 2003

O treinamento oferecido aos índios é uma demanda surgida do projeto Bahiarte.
Dominar técnicas de cultivo de espécies da Mata Atlântica foi o objetivo do treinamento
oferecido pela Veracel a índios Pataxó da aldeia de Barra Velha, em Porto Seguro. Por três
dias, eles aprenderam técnicas que permitirão a implantação de um viveiro de essências
nativas na aldeia. A idéia é produzir essências destinadas a recuperar áreas degradadas em
suas terras, garantindo, inclusive, a reprodução de espécies utilizadas no artesanato, a
principal atividade econômica indígena do extremo sul da Bahia.
Os índios aprenderam procedimentos sobre coleta de sementes, beneficiamento e germinação
de sementes de árvores nativas, preparação de substrato para produção de mudas, tipos de
embalagens, técnicas de irrigação, sombreamento e aclimatação de mudas para plantio.
Apesar de viverem em áreas de Mata Atlântica, os participantes do treinamento revelaram que
um aprendizado importante foi o reconhecimento das árvores ainda pequenas. "A gente só vê
as árvores grandes e nem sabia identificar as mudas", disse Antônio Alves Nascimento, o
Cuati Pataxó.
Outro objetivo do treinamento foi capacitar os índios para a produção de espécies como a
juerana, o caxandô e o mauí, largamente empregadas na produção artesanal da comunidade de
Barra Velha, conhecida por sua confecção de pentes, pratos, brincos, anéis e colares a partir da extração de madeira, cascas, cipós, sementes e frutos da mata. Para Cosme Brás dos Santos, o Tixuí Pataxó, o conhecimento dos processos de produção desse tipo de mudas
ajudará a manter essas raízes da cultura Pataxó.
Bahiarte
O treinamento oferecido aos índios é uma demanda surgida do projeto Bahiarte, desenvolvido
há quatro anos pelo Sebrae. O objetivo deste projeto é desenvolver a atividade artesanal em
comunidades que tenham sua cultura e arte retratadas em produtos que possam agregar renda
ao seu meio de forma sustentável. E uma das etapas do trabalho é exatamente a implantação
do viveiro de mudas dentro da aldeia de Barra Velha.
Enivaldo Piloto Santos, técnico operacional do Sebrae/Eunápolis, ressaltou que "a comunidade indígena Pataxó de Porto Seguro foi escolhida porque seu artesanato é o mais genuíno devido a seus fatores históricos". O projeto busca a valorização e afirmação da cultura, o respeito ao meio ambiente, o desenvolvimento sócio-econômico, a melhoria da qualidade de vida e a fixação das famílias na aldeia. O Bahiarte beneficia diretamente cerca de 50 famílias indígenas de Barra Velha.

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