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Índios: para a guerra, só falta o primeiro cadáver!

Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: Onofre Ribeiro
08 de Jul de 2003

Nesse sábado estive no município de Santo do Leste, a cerca de 100 km a leste de Primavera do Leste, onde pude constatar o clima de guerra que está armado entre os fazendeiros da região em relação aos índios xavantes das reservas vizinhas de Volta Grande e de Sangradouro.

Os fazendeiros estão "armados até os dentes" e revoltados desde o dia 2 de abril último, quando os índios seqüestraram cinco tratores e cinco veículos de uma fazenda, e se recusam a devolver. A fazenda está abandonada e o medo é muito forte na região. Disseram-me: " quem der o primeiro tiro começa a guerra". Mas sabem que essa guerra não interessa a eles e, muito menos, aos índios. Então, o que está por detrás do clima incendiário na região?

A opinião geral entre todos os produtores é a de que o motivo é a retaliação contra a expansão da produção econômica no Estado. Começando pelos índios. Eles, na verdade, tornaram-se massa de manobra de organizações não-governamentais nacionais e estrangeiras, financiadas por capital estrangeiro interessado em prejudicar a evolução da agricultura mato-grossense. Os índios, de fato, vivem e certamente permanecerão no mesmo clima de miséria atual, e não fazem parte dos planos das ONGs, exceto como matéria-prima para a captação de recursos no exterior.

E neste momento, no caso específico dos xavantes, elas instigam uma guerra, sonhando com o primeiro cadáver, para criarem um clima mundial de terrorismo, usando os índios como argumento. Neste momento há 9 áreas indígenas em processo de ampliação em Mato Grosso, todas com possibilidades de gerar conflitos em regiões ocupadas economicamente. Os critérios são nebulosos como, aliás, é nebulosa a Funai. Nos próximos dias deverá ser anunciada, de surpresa, a ampliação de 400 mil hectares de reservas que engolirão municípios inteiros na região de Canarana, em Mato Grosso. As medições foram feitas às escondidas pelos famosos "grupos de trabalho" contratados pela Funai. Nesse caso, a ampliação foi demarcada às escondidas e, certamente, será acatada pela Funai, como têm sido acatadas todas as demais.

A presença de estrangeiros nas aldeias indígenas de Mato Grosso chega a ser escandalosa. Em Aripuanã, no norte no Estado, como em toda a Amazônia, causa indignação tanta presença inexplicável, embora todos conheçam as razões.

Há duas semanas a sociedade de Primavera do Leste soube que um "grupo de trabalho" ia para a região medir a ampliação das duas reservas xavantes de Sangradouro e de Volta Grande, que, juntas somam 117 mil hectares. Reuniram-se e decidiram avisar que os técnicos seriam detidos e mortos, se chegassem à cidade. Eles voltaram do caminho.

Nesses casos, a pressão da sociedade já surtiu efeitos anteriormente. Em Mato Grosso, o clima é artificialmente acirrado por ONGs e outros grupos de interesses que buscam um conflito armado para desencadearem a guerra mundial de mídia em favor dos índios e ferir a produção econômica.

É urgente o governador do Estado se articular com a bancada federal, com os produtores e iniciar uma contra-ofensiva. A Assembléia Legislativa precisa realizar audiência pública em Primavera do Leste para que a pressão intimide os alimentadores de uma possível guerra e restabeleça a confiança na região. Os produtores estão no limite, e os índios estão exaltados diante da possível ampliação das reservas que, na prática, nada lhes adiantará, porque continuarão na mesma miséria atual. A política é mantê-los atrasados para que o discurso arrecadatório de dinheiro estrangeiro continue alimentando ONGs nacionais e estrangeiras.

O grande apelo, neste momento, é evitar o primeiro cadáver de qualquer uma das partes. Depois dele, será guerra na certa! E, o pior, nenhum dos dois ganhará nada a não ser os cadáveres.

Onofre Ribeiro é jornalista em Cuiabá. Site: www.onofreribeiro.com.br

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