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Índios ocupam duas fazendas no Mato Grosso do Sul

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19 de Out de 2009

Agência Estado/IZ

Índios da etnia terena ocuparam neste ontem (18) duas fazendas em Sidrolândia, região leste de Mato Grosso do Sul e a 70 quilômetros de Campo Grande. Nas duas propriedades rurais, Fazenda 3R e Fazenda Querência, expulsaram os habitantes sob ameaças de armas indígenas e abateram dois bois para realização de churrasco, conforme informação de Ricardo Bacha, proprietário da 3R.

Os imóveis são vizinhos e estão em uma área de 18 mil hectares reivindicada pelos terenas há mais de 20 anos, período marcado por sucessivos conflitos entre índios e fazendeiros, onde pelo menos 17 fazendas de produtores não indígenas estão em franca produção. A questão aguarda decisão do STF (Superior Tribunal Federal).

Bacha explicou que a Fazenda Querência é de sua tia, que também entrará com pedido de reintegração de posse amanhã. Segundo ele, os fazendeiros de toda a região estão reunindo forças para expulsar os invasores, "essa disposição poderá acarretar consequências imprevisíveis".

As invasões aconteceram no final da chamada Aty Guasu (grande reunião no dialeto da etnia Kaiowas), que reuniu caciques de 72 aldeias de Mato Grosso do Sul representantes de todas as tribos indígenas do Estado. Na ocasião, os líderes decidiram dar prazo de 30 dias para a Funai (Fundação Nacional do Índio) iniciar a demarcação de terras guaranis no MS, caso contrário eles mesmo farão a demarcação.

O posicionamento dos caciques teve apoio da senadora Marina Silva (PV-AC), que esteve na abertura do encontro, ocorrida na última quinta-feira. O acontecimento é considerado o de maior importância entre os índios locais e foi realizado na Aldeia Yvy Katu, situada no município de Japorã, extremo sul do MS. Na entrada, uma faixa estampava o objetivo da reunião: "Tembiaru mande reko há'ñañorairô haguaã", que quer dizer "instrumento para lutar pelo nosso jeito de ser e a nossa terra".

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