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Índios não vão desocupar fazenda

Correio do Estado-Campo Grande-MS
01 de Fev de 2002

Eles alegam que as terras pertencem a seus ancestrais e garantem que vão permanecer na área até o último momento. Clima é tenso na região

Os índios que ocuparam a Fazenda Fronteira em Antônio João estão decididos a continuar na área. Eles alegam que as terras pertencem a seus ancestrais e garantem que vão resistir até o último momento. O Correio do Estado esteve no local e constatou que existe uma grande apreensão, principalmente entre mulheres e crianças indígenas que têm medo da violência policial.

Apesar do clima de tensão, a situação permaneceu calma durante toda a quarta-feira quando estava prevista a desocupação da área por parte das polícias Militar e Federal, cumprindo mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça Federal de Dourados.

A Fronteira, juntamente com as fazendas Cedro e Barrão, são de propriedade de Pio Silva e filhos e estão a dez quilômetros de Antônio João, próximo ao distrito de Campestre. A área está invadida pelos índios guarani-caiuás desde dezembro de 1998. Os indígenas construíram casas dentro da fazenda e plantam várias culturas de subsistência.

De acordo com moradores da região, os índios fazem vigília no período da noite em um "mata-burro" instalado na entrada da área. A outra entrada é uma porteira com quatro metros de largura que fica trancada o tempo inteiro com cadeado.

Funcionários dos donos da fazenda evitam circular perto da área onde os índios montaram acampamento. Os proprietários também evitam entrar na fazenda. Um dos donos é o prefeito de Antônio João, Dácio Queiroz (PMDB). Eles temem represálias dos índios, que podem fazer reféns. Os moradores do distrito de Campestre dizem que os índios não têm provocado tumultos na região, mas sempre garantem que não deixarão a área.

Os índios que ocupam a área são liderados pelos capitães Lorentito Vilhalba e Amílton Lopes. Vilhalba confessou ao chefe do Serviço de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente (Spima), Cleomar Vaz Machado, que os índios não vão deixar a área enquanto não houver nenhuma decisão definitiva da Justiça.

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