VOLTAR

Índios não querem ser vistos como vilões

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
15 de Out de 2003

O representantes da Coordenação da União de Nações e Povos Indígenas de Rondônia, Noroeste de Mato Grosso e Sul do Amazonas (Cunpir), questionaram esta semana, através de documentos, a imagem criada na mídia de que os índios da reserva Roosevelt são os verdadeiros vilões no conflito criado com a exploração de terras e diamantes da área.
Segundo os coordenadores da Cunpir, todos os índios que vivem em Rondônia sofrem com a discriminação da sociedade que, influenciada pela ação de empresários, políticos garimpeiros e pela mídia, são considerados culpados pelos conflitos ocorridos nos últimos anos.
Na reserva Roosevelt, onde há um embate para a exploração de uma mina de diamantes, os índios estariam sendo ameaçados de morte e sendo vítimas de atentados.
"Continuamos trabalhando para levar ao índio a conscientização dos problemas e sobre a necessidade de mudar a imagem de vilão imposta pela sociedade. No entanto, precisamos contar com a ação das autoridades e instituições sociais, para que haja a valorização e proteção do índio que, desde o princípio, vem sendo perseguido pelo homem branco", disse um dos coordenadores, que preferiu não se identificar devido à ameaças de morte.
Para a Cunpir, o índio tem todo direito à terra e ao incentivo cultural, econômico e ambiental promovido pelas autoridades. Ainda assim, sofre com o extermínio de suas lideranças há anos, sem que nenhum caso tenha sido resolvido. Eles dizem que há políticos incentivando os garimpeiros a promoverem os conflitos para forçar a reabertura dos garimpos, ignorando a legislação federal, que garante o direito e a autonomia de exploração e conservação de suas poucas reservas.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.