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Índios mudam marco e não deixam ribeirinhos navegar no baixo Rio Branco (RR)

Folha de Boa Vista
20 de Jun de 2007

Uma comissão especial da Assembléia Legislativa investiga denúncia feita por ribeirinhos da região do Baixo Rio Branco informando que índios Waimiri-Atroari mudaram o marco fluvial da reserva impedindo-os de fazer extrativismo florestal e pescar na região. Os deputados ainda não concluíram o trabalho, mas já confirmam a procedência da denúncia e alertam para a gravidade do fato.

Trabalho semelhante realizado pelo governo estadual, através do Gabinete de Gerenciamento de Crise, chegou à mesma conclusão, depois de passar uma semana na área tomando depoimentos. Esta equipe estava composta por quase 40 pessoas de entidades como Polícia Militar, Civil, Femact, Iteraima, Secretaria do Índio e Corpo de Bombeiros, entre outras, coordenadas coronel PM, Moisés Granjeiro.

Além de ir ao Baixo Rio Branco, o grupo de deputados foi à cidade de Manaus (AM) colher informações junto ao administrador da Funai/Amazonas. A reserva Waimiri-Atroari está localizada em terras daquele Estado, mas a ação dos índios compromete o cotidiano dos ribeirinhos de Roraima. Os parlamentares queriam saber quais providências seriam adotadas para corrigir o desatino.

Na prática, a chamada "Operação Marco" começou com a coleta de depoimento dos ribeirinhos de Itaquera, pelo delegado Uziel Castro Júnior, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPJI). Todos foram unânimes em confirmar as denúncias. Eles disseram que, desde o final de 2005, época em que o marco teria sido deslocado, estão sendo impedidos de colher castanha-do-Brasil (principal fonte de renda) e até de pescarem na jusante do marco já com o ponto alterado, no rio Jauperi.

Aos integrantes da comitiva, os ribeirinhos disseram enfrentar dificuldades sob diversos aspectos. Além de proibidos de colher castanha e de pescar, estariam desassistidos quanto aos atendimentos de saúde, social e em educação. Mesmo lamentando as condições de quase isolamento admitiram que o governo estadual doara àquelas comunidades "voadeiras" e cotas mensais de combustíveis.

REGIÃO - De acordo com informações do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima), a região do Baixo Rio Branco é formada por 14 comunidades, divididas em duas glebas:

Gleba Rio Preto - No Município de Caracaraí estão as localidades de Terra Preta, Lago Grande, Canauani, Cachoeirinha, São Jorge, Panacarica, Caicubi e Sacaí.

Gleba Rio Branco - No Município de Rorainópolis estão as localidades de Vila da Cota, Remanso, Floresta, Itaquera, Samaúma e Xixuaú.

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