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Índios mantêm procurador e jornalistas reféns por 4 horas

Estado de S. Paulo-São Paulo-SP
Autor: João Naves de Oliveira
16 de Jan de 2004

Índios armados com arcos, flechas e lanças fizeram reféns o procurador da República Ramiro Rockenbach da Silva, uma equipe de TV e um fotógrafo. O procurador foi até uma área invadida pelos guarani-kaiowás acompanhado pelos jornalistas, para comunicar a decisão do juiz federal Odilon de Oliveira, de despejar os ocupantes das 14 fazendas invadidas em Iguatemi e Japorã, no extremo sul de Mato Grosso do Sul. Logo depois do comunicado os índios cercaram os visitantes aos gritos, empurrões e sob ameaças das armas, durante quase quatro horas.

Em seguida, disseram que não se tratava de ameaça, mas demonstração da disposição de lutarem contra as tentativas de tirá-los de qualquer propriedade rural que invadiram desde o último dia 22 até o início deste mês. Não foi notado o porte armas de fogo pelos índios. "Se voltarem aqui, não sairão mais", advertiu um dos líderes dos invasores. Além do procurador, foram detidos o repórter Ginez Cesar, da TV Sulamérica (afiliada da TV Globo em Dourados), o repórter-cinematográfico Oséias Medeiros e o repórter-fotográfico do jornal "Diário MS", de Dourados, Ademir Almeida.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) foi notificada hoje sobre a reintegração de posse concedida aos fazendeiros, expedida ontem pela Justiça Federal. Ramiro afirmou que o Ministério Público Federal, não concorda com a medida do juiz Odilon de Oliveira, e vai entrar em instância maior com pedido de revisão do processo. "As terras em questão são realmente indígenas", disse. Na próxima quinta-feira termina o prazo dado pelo Poder Judiciário, para os índios desocupem pacificamente as 14 fazendas. Depois desta data a desocupação será feita com força policial.

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