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Índios Krahô-Kanela continuam em Gurupi

Jornal do Tocantins-Palmas-TO
Autor: Alessandra Bacelar
02 de Jan de 2005

Os índios Krahô-Kanela aguardam para o mês de fevereiro, uma decisão da Fundação Nacional de Assistência ao Índio (Funai), sobre a reserva a que eles têm direito. Enquanto aguardam, os índios continuam morando provisoriamente na Casa do Índio de Gurupi.

A proposta inicial, era que a Funai tentaria encontrar uma fazenda que pudesse ser arrendada para abrigar os 86 índios. Depois de várias tentativas, nenhum local ficou definido. Para o grupo resta esperar a decisão de Brasília. Segundo o cacique Mariano Krahô-Kanela, o que está emperrando o processo é que até agora não foi finalizado, nem publicado, o estudo antropológico, encomendando pelo órgão, para verificar qual é de fato a área em que a etnia viveu e que tem direito. "Enquanto isso a gente vai esperando, pois não temos para onde ir. O ruim é que nosso povo está se dispersando", reclama.

O cacique conta que quatro famílias, num total de 21 pessoas entre adultos e crianças, já deixaram a Casa do Índio e foram em busca de emprego em fazendas nas cidades vizinhas. "Aqui não temos como plantar, nem criar nada, muito menos pescar. Nessas condições muita gente tá preferindo ir embora."

LUTA

Em novembro completou um ano que eles foram transferidos para o lugar. A luta da etnia pela posse de uma reserva indígena é antiga, vem desde a década de 70. De lá para cá, eles viveram em diversos locais do Estado. Por último, estavam morando em uma área do assentamento Loroty, localizada no município de Lagoa da Confusão, mas foram retirados do local por pressão dos assentados que temiam que os índios pudessem tomar parte das terras já ocupadas por eles.

Insatisfeitos com a situação, os Krahô-Kanela fizeram realizaram duas ocupações na Fazenda Planeta este ano, como forma de pressionar as autoridades para que resolvessem a questão. Numa dessas ocupações, foram feitos reféns dois oficiais de Justiça do Estado que tinham ido entregar o mandado de reintegração de posse do local. Na época, a Justiça Federal interviu e também foi feito um acordo entre a Procuradoria-Geral da República, a Funai e os Índios para que eles desocupassem a área. Passados seis meses os índios continuam no mesmo lugar, aguardando uma decisão.

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