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05 de Out de 2010
Cerca de 350 índios da tribo tapaxós hã hã hãe ocupam cinco fazendas no sul da Bahia, desde a manhã de segunda-feira (4), segundo informações da Fundação Nacional do Índio (Funai). A intenção é pressionar um desfecho para um processo sobre a propriedade das terras que está no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 1983. Os índios alegam que as invasões são pacíficas, mas temem que os fazendeiros estejam mobilizando uma reação armada.
O antropólogo da Funai Jorge Luiz de Paula explica que os índios "resolveram fazer o que chamam de retomada das terras com o intuito de chegar a uma solução para o impasse". Segundo ele, a questão é de interesse de cerca de 3 mil índios da região.
Dois representantes regionais da Funai foram ao local das invasões para tentar uma conciliação. O antropólogo conta que os índios estão temerosos com uma movimentação dos fazendeiros que pode acabar em uma reação armada. "É uma região de conflito muito séria, tem muito pistoleiro. As lideranças indígenas estão denunciando que os fazendeiros estão se armando para retirá-los de lá", relata De Paula.
A Funai pediu apoio à Polícia Federal, mas foi informada que o contingente da região está desfalcado por causa do plantão das eleições. O delegado Fábio Marques, da PF em Ilhéus (BA), disse ao G1 que não há previsão de deslocamento da equipe porque "os principais interessados no assunto, que são os proprietários, não registraram ocorrência na delegacia".
Histórico
De acordo com a Funai, 54.000 hectares de terra indígena foram demarcados pelo governo na década de 1930, mas, 40 anos depois, um grupo de arrendatários recebeu títulos de posse do governo baiano e os índios foram retirados aos poucos da região. Nos anos 1980, eles voltaram e a Funai propôs acordos aos fazendeiros. Alguns aceitaram e foram indenizados. Os demais foram incluídos em um processo de nulidade dos títulos que aguarda uma decisão do STF desde 1983.
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