VOLTAR

Índios guaranis reivindicam terras

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
18 de Fev de 2005

Comunidades indígenas sobrevivem de agricultura e artesanato
Representantes dos 2 mil mbiá-guaranis que vivem no Rio Grande do Sul reuniram-se ontem, na Reserva do Cantagalo, para avaliar a situação das terras indígenas. Na ocasião, houve a divulgação do mapeamento das áreas existentes na região litorânea. Das 20 reservas catalogadas, apenas as áreas de Pacheca e Barra do Ouro (Nhuü Porã) estão regularizadas. Na Cantagalo, também denominada de Jataity, as demarcações encontram-se em fase de finalização. 'Precisamos encontrar uma solução para os problemas fundiários', disse o coordenador dos mbiá-guaranis no Conselho Estadual dos Povos Indígenas, Maurício da Silva Gonçalves.

O mapa indica ainda que as 20 áreas litorâneas pertencentes aos mbiá-
guaranis estão localizadas nas proximidades de unidades de conservação de proteção integral. Conforme Maurício, é preciso que a sociedade compreenda as questões fundiárias dos mbiá-guaranis e a conservação da Mata Atlântica como parte da proteção das florestas tropicais atlânticas. 'Estamos articulados e dispostos a construir soluções que beneficiem a todos', frisou. Nesta sexta-feira, os indígenas se reúnem com representantes da Procuradoria da República e da Funai. O grupo pretende elaborar a Carta de Viamão, listando todas as reivindicações dos mbiá-guaranis, incluindo a regularização fundiária das 20 áreas localizadas na faixa litorânea. O documento será encaminhado à Procuradoria da República, à Funai, ao Centro de Trabalhadores Indigenistas, à Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler e aos governos federal e estadual.

Nos dias 23 e 24, os mbiá-guaranis de Santa Catarina também estarão reunidos para divulgar o mapeamento das reservas existentes no litoral. Os mbiá-guaranis sobrevivem às custas do cultivo de milho, feijão, aipim e batata-doce e da comercialização de peças de artesanato, incluindo cestarias e esculturas de madeira.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.