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Índios fecham a BR- 101 entre Itabela e Itamarajú, BA, em protesto contra a Veracel Celulose

Cimi-Brasília-DF
19 de Out de 2004

Cerca de 300 indígenas bloqueiam a rodovia BR- 101 desde o final da tarde de hoje. O protesto tem como objetivo pressionar a empresa Veracel Celulose a sair de terras tradicionais indígenas. Os índios participam de um seminário sobre os impactos do eucalipto e da celulose em as comunidades indígenas.

Até às 19 horas, havia 20 carretas carregadas de eucalipto paradas na estrada. Os indígenas estão derrubando árvores de plantações que ficam às margens da rodovia.

A monocultura de eucalipto no Exrtemo Sul da Bahia afeta a todas as comunidades indígenas Pataxó da região. Aos impactos sobre o meio ambiente, sobre os recursos hídricos e sobre a cultura desse povo, soma-se a utilização, para o plantio de eucaliptos, de terras tradicionais indígenas, em processo de demarcação.

No caso dos Pataxó do Monte Pascoal, parte da terra reivindicada está sob o domínio das empresas Aracruz e Veracel Celulose, ambas do mesmo grupo de acionistas do ramo de papel e celulose. De acordo com denúncias feitas pelos índios, as empresas ferem a legislação ambiental plantando eucaliptos nos limites das unidades de conservação, destruindo plantas nativas, coqueirais, mudando o relevo da terra, atingindo as fontes de água e alugando áreas de terceiros para plantar eucalipto.

Em documento encaminhado antes do seminário às autoridades denunciando a invasão de seu território pelas empresas que plantam eucalipto, as lideranças afirmam que "a prática dessas empresas tem sido de desrespeito às comunidades indígenas e de compra de terras nem sempre legalizadas. Existem áreas negociadas na região do Monte Pascoal, muitas das terras griladas por fazendeiros, de onde os nossos índios foram expulsos durante décadas. Justamente terras que hoje estão em litígio, em processo de estudos, a serem demarcadas e depois devolvido ao nosso povo Pataxó".

Estão presentes no seminário e no protesto indígenas de 12 povos do Tocantins, de Minas Gerais, do Mato Grosso, Espírito Santo e da Bahia. São povos afetados pela monocultura do eucalipto e da soja, principalmente.

O Seminário acontece na aldeia Guaxuma, no Km 769 da BR-101.

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