VOLTAR

Índios do Paraná carecem de terras e assistência à saúde

Paraná on line - http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/371086/
Autor: Leonardo Coleto
07 de Mai de 2009

Os índios do Paraná carecem de assistência à saúde e de terras. É o que aponta o relatório Violência Contra Povos Indígenas no Brasil (2008), divulgado ontem pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Dentre as 22 categorias de violência contra os índios analisadas pelo conselho, o Paraná apresentou casos em seis.

A que teve o maior destaque negativo foi a desassistência na área da saúde, onde o Paraná registrou, em 2008, seis casos com 60 vítimas. De acordo com a pesquisa, as tribos mais atingidas foram os guaranis, caingangues, e xetás, localizados em Nova Laranjeiras, Laranjeiras do Sul, Terra Roxa e Guaíra.

Para o secretário adjunto do Cimi, Cléber Cesar Buzatto, a carência na saúde acontece por causa da precariedade dos acampamentos no Estado. "Esses locais muitas vezes não têm saneamento básico e são localizados próximos aos rios que não têm água limpa. Isso contribui, inclusive, para os casos de desnutrição", afirma.

A desnutrição citada por Buzatto fez quatro vítimas no Estado. Segundo o relatório, quatro índios em tribos guaranis próximos às cidades de Terra Roxa e Guaíra foram atingidos.

"Temos 12 mil índios em todo o Paraná. Esses casos são pequenos se comparado com o total", opina o administrador regional da Funai em Curitiba, José Ferreira Campos Junior.

A demora e omissão da regularização de terras para a reforma agrária no Paraná também constam na pesquisa. São três casos registrados no Estado. Novamente, os guaranis de Guaíra e Boa Vista estavam envolvidos.

"A remarcação de terras para os índios é uma questão que demanda uma séria de ações provenientes de outros órgãos do governo. Sozinha, a Funai (Fundação Nacional do Índio) não pode fazer nada a respeito. No Paraná, 80% das terras estão demarcadas e livres de invasões", afirma Campos Junior.

O Paraná também conta com casos relacionados à desassistência geral, que avalia a ausência de atenção por parte do governo. Dois casos foram registrados pelo Cimi no Estado.

São eles: a dificuldade de sobrevivência na aldeia e trabalho escravo. O primeiro deles foi em Londrina, na tribo dos caingangues, já o segundo aconteceu em General Carneiro, também em uma tribo caingangue.

"Trata-se de uma total negação de assistência aos indígenas que vivem nas cidades. A violência contra aqueles não possuem terra é imensa", opina a antropóloga e responsável pela pesquisa, Lucia Helena Rangel. Para Rangel, todos esses resultados contribuem para ajudar os índios na luta pela demarcação de suas terras.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.