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Índios do Mato Grosso participam do Estatuto dos Povos Indígenas

24 Horas News-Cuiabá-MT
17 de Jan de 2005

A índia tapuia Rona dos Santos, da Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica) vive no Equador e é a responsável pelo Puxirum û de Artes e Saberes dos Povos Indígenas (mutirão, em tupi-guarani). Nesta edição, o Fórum Social Mundial traz a discussão sobre a questão indígena e contará com a presença de mais de 400 indígenas de 150 povos. O evento está sob o comando da Coica, da Coordenação das Organizações Indígenas da

Amazônia Brasileira (coiab), do Conselho Indígena de Centro América (Cica) e da Coordeenadora Andina, que envolve os países dos Andes.

Rona que é antropóloga e tem mestrado em Estudos Étnicos na Faculdade Latino-Americana de Ciências Sócias, em Quito (Equador), diz que, pela primeira vez, os indígenas participarão de forma organizada no FSM. Ela informa que os debates acontecerão em quatro tendas instaladas no Parque Marinha do Brasil, onde haverá espaço para reuniões, artesanato, cozinha e tenda para a área administrativa e entrevistas. Rona diz que o objetivo é promover um encontro com os diferentes povos indígenas, fazer uma reflexão sobre o FSM, exclusão, neoliberalismo e globalização. "Vamos discutir como nos organizaremos para nos defendermos deste 'mundão' que chega até a gente. Queremos políticas para nossos direitos e melhorar a nossa qualidade de

vida", destaca. Rona informa que haverá apresentações culturais, danças, músicas, desfiles de trajes indígenas (trazendo a diversidade da roupa de pano com pinturas corporais), além das cerimônias espirituais.

São esperados indígenas das três américas e de outras partes do mundo como Peru, Equador, Venezuela, Suriname, Guianas, Cordilheira Andina, Colômbia, povos indígenas organizados dos Estados Unidos, além de índios Caigangues do RS, Xavantes do Mato Grosso e grupos indígenas de São Paulo, entre outros. "O objetivo desse encontro é mostrar a diversidade dos povos e quebrar essa visão que índio é tudo igual, com povos distintos nas culturas e saberes", diz Rona. Ela explica que nos debates, serão discutidos os territórios e recursos naturais, lutas, proteção, legislação e garantia de direitos, sustentabilidade humana e social.

No debate dos Direitos Humanos, Rona informa que serão abordadas legislações ainda não aprovadas, como a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas na ONU, em discussão há 20 anos. A luta pela aprovação da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas das Américas também será objeto de debate e reivindicação, a exemplo da aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas, que está no Congresso Nacional há 11 anos. 'Vamos fazer uma exumação, dia 29, destes três instrumentos jurídicos, que consideramos enterrados. A aprovação é fundamental para nossa gente', frisa a representante da Coica.

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