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Índios discutem estratégias de combate a Aids nas aldeias

24 Horas News-Cuiabá-MT
29 de Jan de 2004

Lideranças das comunidades indígenas da região de Tangará da Serra se reúnem nesta quinta-feira, juntamente com coordenadores da Funda;'ao Nacional do Índio - FUNAI, da Fundação Nacional de Saúde-FUNASA e da coordenação responsável pela Saúde Indígena para discutir medidas que poderão ser tomadas com relação aos três índios que, supostamente, podem ter sido contaminados com o vírus HIV, transmitido por uma jovem de 22 anos que encontrava-se na aldeia dos Paresi, próximo ao Rio Verde. A reunião que acontecerá na mesma aldeia em que aconteceu o fato, terá também como objetivo intensificar campanhas preventivas às doenças sexualmente transmissíveis, principalmente, a Aids.

De acordo com o administrador executivo regional da FUNAI de Tangará da Serra, Daniel Cabixi, a aldeia Paresi possui aproximadamente 12 famílias e, neste momento, torna-se fundamental esta reunião para a definição de estratégias de ação junto às comunidades indígenas da região. "Precisamos nos reunir para traçar estratégias e avaliar a situação que se encontram os indígenas para tentar fazer com que as coisas voltem a normalidade", disse.

Ainda, segundo Daniel, as atividades relacionadas ao acompanhamento direto dos índios envolvidos no caso da jovem soropositiva e o monitoramento dos mesmos está sendo feito através da associação Halitinã, a qual representa a etnia dos Paresi. "Nossas próximas ações serão voltadas para o desenvolvimento de campanhas de prevenção as DSTs/Aids. "Estaremos buscando, a partir de agora, intensificar campanhas contra o HIV para que as comundiade indígenas tomem consciência do perigo de estarem se relacionando com não índios e também com índios sem o uso do preservativo. Só assim poderemos proteger nossas famílias", enfatizou, ressaltando que atualmente, o vírus já é uma realidade em outras aldeias do interior do Estado, e que a população indígena é muito vulnerável à transmissão da doença, visto que muitos não dimensionam os riscos que a doença oferece.

Segundo informações, os três indígenas que podem estar infectados pelo vírus da Aids já realizaram exames, porém não foi possível constatar a presença do vírus, tendo em vista que o mesmo pode demorar até seis meses para ser detectado. Em virtude disso, a secretaria municipal de Saúde, através do programa de DST/Aids estará acompanhando os indígenas durante o período. Dessa forma, as lideranças ficaram incumbidas de acompanhar este trabalho preventivo no intuito de que evitem a propagação da doença em nosso meio~.

Anteriormente ao caso da garota soropositiva, outras campanhas de prevenção ao DST/Aids já tinha sido realizadas nas aldeias, porém não alcançaram o resultado esperado, conforme citou o administrador da FUNAI.

A população indígena do Médio Norte abrange os municípios de Tangará da Serra, Campo Novo, Sapezal, Nova Conquista e Nova Lacerda, se distinguindo entre as etnias Paresi, Nambikara e Irantxe.

Soropositiva- Segundo informações, a jovem de 22 anos acusada de transmitir o vírus HIV aos indígenas continua detida pela Polícia e após a realização de exames relativos a uma possível gravidez, não fora constatada a gestação. Outros exames clínicos foram feitos por um psicólogo que apresentou um laudo no qual a jovem está com sintomas evidentes de depressão.

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