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Índios deixam fazenda Madama, em Amambai

Campo Grande News
Autor: Marta Ferreira
10 de Mai de 2007

Deixaram esta tarde a fazenda Madama, em Amambai, os índios que ocuparam a área no fim de semana. Eles saíram em atendimento à decisão a juíza federal Daniela Paulovich de Lima, de Ponta Porã, que deferiu, ontem, o mandado de reintegração de posse aos donos da área. A Polícia Federal em Ponta Porã e a Funai (Fundação Nacional do Índio) em Amambaí, haviam informado que os cerca de 40 índios tinham se comprometido a deixar a fazenda pacificamente, evitando uma operação policial de retirada.

A saída foi confirmada pelo advogado dos proprietários da área, Riad Saddi. A área, de 2,2 mil hectares, é reivindicada como território guarani-caiuá. No despacho, a juíza afirma que, "embora os índios aleguem que buscam reaver suas terras, a invasão não é meio lícito de promover demarcações".

No último dia 2, a justiça já havia concedido aos proprietários da Madama, Antonio e Maria Cecília Vendramini, um interdito proibitório, medida que impedia a ocupação da área, sob pena de pagamento de multa de R$ 500 por ato de turbação.

No fim de semana, o grupo ocupou parte da área. Além de reivindicar a fazenda como território indígena, eles cobram o esclarecimento do assassinato de Xuretê Lopes, de 70 anos, que foi baleada com um tiro no peito durante uma controvertida desocupação da propriedade em janeiro deste ano. O inquérito sobre o caso foi prorrogado e até o momento não houve indiciados.

Segundo as informações da Funai, os índios voltariam para a aldeia de origem, a Taquapery, em Coronel Sapucaia. Em janeiro, eles já aviam ocuparam a fazenda, que abrigaria um cemitério guarani. Após a expulsão, os índios foram para as margens da MS-289 e, no domingo, um grupo que estava no acampamento retornou à propriedade rural, desobedecendo a decisão anterior da Justiça Federal.

Depois disso, de acordo com a Polícia Federal, o abate de um boi em uma propriedade vizinha acirrou os ânimos entre os fazendeiros e os índios. Uma equipe da polícia foi até a fazenda, porém não houve acordo com os cerca de 40 indígenas acampados no local.

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