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Índios concorrem a diversos cargos nas eleições 2002

O Popular-Goiânia-GO
01 de Out de 2002

Pelo menos 21 representantes de tribos indígenas brasileiras participarão neste ano das eleições gerais. De acordo com dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os Tribunais Regionais Eleitorais registraram candidaturas de indígenas que vão disputar vagas nas Assembléias Estaduais, Câmara Federal e ao Senado. O estado com maior número de índios concorrendo ao cargo de deputado estadual é Roraima, com sete candidatos; seguido do Mato Grosso do Sul, onde três índios se candidataram. Em terceiro lugar vem o Mato Grosso e o Acre, com duas candidaturas cada. Apenas um representante de tribos concorre a cargos estaduais em Rondônia e no Pará.
Dois índios disputam o cargo de deputado federal nos estados de Roraima e de Pernambuco, enquanto o Senado registra apenas um representante indígena concorrendo a vaga de suplente.

JURUNA
Na história política do País, a participação indígena ainda é pequena. O primeiro índio a se filiar a um partido político foi Mário Juruna, cacique xavante da reserva de São Marcos, no Mato Grosso, que chegou a Brasília no início dos anos 70 e ficou conhecido por registrar num gravador todas as promessas feitas por políticos. Juruna elegeu-se pelo PDT do Rio de Janeiro em 1982, com mais de 30 mil votos, mas não conseguiu emplacar um segundo mandato. O cacique que fez história na política brasileira morreu em julho deste ano em Brasília, vítima de diabete crônica.
Outros índios também se destacaram na política nacional defendendo os direitos de seu povo, entre eles Marcos Terena, Davi Yanomami e Davi Terena, este último chegou a disputar o governo do Distrito Federal em 1998.

DEPUTADO DEFENDE COTAS
O deputado Luiz Alberto (PT-BA), terceiro vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Câmara, defende uma reserva de cotas para os índios na disputa política. Segundo Luiz Alberto, só assim eles garantiriam maior representatividade. "Eu defendo a reserva de vagas no parlamento para a população indígena, afro-descendentes e mulheres, a fim de que essa reserva garanta que os partidos apresentem seus candidatos. É muito injusto querer que um índio dispute uma eleição de deputado federal ou estadual, concorrendo com os votos da sociedade como um todo, que é uma sociedade muito preconceituosa. Com certeza ele terá muito mais dificuldade do que outras pessoas".

ELEIÇÕES MUNICIPAIS
Nas eleições municipais de 2000, 80 dos 350 candidatos indígenas que se candidataram conseguiram se eleger. Um deles foi o prefeito da cidade paraibana de Baía da Traição, Marcos Antônio dos Santos Potiguara, que concorreu pelo PMDB à reeleição e é o único índio no País a administrar um município.

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