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Índios colhem soja em fazenda invadida

Correio do Estado-Campo Grande -MS
04 de Abr de 2003

Os índios terenas começaram a colher a soja das propriedades invadidas em Dois Irmãos do Buriti, desobedecendo liminar de reintegração de posse concedida na sexta-feira passada pelo juiz federal Sérgio Henrique Bonachela. O fato foi denunciado ontem de manhã à Polícia Federal pelos produtores rurais das quatro propriedades, que foram pedir ajuda do órgão na reintegração de posse. No último sábado, policiais de Sidrolândia apreenderam 4,5 toneladas de grãos em poder dos indígenas.
O grupo liderado pelo presidente do Sindicato Rural de Dois Irmãos do Buriti, Valdo Nantes Coelho, junto com dirigentes da Famasul, esteve reunido com o delegado Jonas Cleber Rossatti. O policial prometeu realizar o despejo dos índios, caso seja solicitado pela Justiça, afirmou o diretor da Famasul, Aristóteles Ferreira Júnior.
As famílias foram despejadas das suas propriedades pelos índios no dia 22 de fevereiro, sendo que oito estão acampados às margens da rodovia. Cerca de 100 índios continuam nas fazendas Buriti, Recanto do Sabiá, São Sebastião e Nosssa Senhora Aparecida. A Fundação Nacional do Índio (Funai) está pagando multa diária de R$ 1 mil pelo descumprimento da decisão

Colheita
No sábado, os índios retiraram aproximadamente 70 sacas de soja da Fazenda Recanto do Sabiá, que totalizam 4,5 toneladas de grãos. O produto foi apreendido pela Polícia Civil de Sidrolândia no sábado e retirado hoje pelo produtor rural Ademir Rosa. No total, a área invadida conta com 80 hectares de soja, que deve render uma colheita de 192 mil quilos de grãos. Segundo o produtor rural Adelson Magri Rosa, 44 anos, o desejo das famílias é retornar para suas casas. Outro problema é que os índios estão colhendo a lavoura cujo rendimento seria usado pelos agricultores para quitar os financiamentos. Rosa estima que a dívida com instituições bancárias chega a R$ 90 mil. Valdo Coelho ressalta também que as famílias não viram mais os 524 bovinos existentes nas propriedades.

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