Índios cobram da Funai homologação da área Raposa-Serra do Sol

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Glênio Alvarez, atendendo à solicitação do Conselho Indígena de Roraima (CIR), esteve na aldeia Maturuca nos dias 13 e 14 de julho. Os índios cobravam a homologação da área indígena Raposa/Serra do Sol.
Alvarez sobrevoou a terra Raposa Serra do Sol para verificar a área de rizicultura no alto curso do rio Surumu e a sede do município de Uiramutã, onde o Exército pretende construir um Pelotão de Fronteira.
Glênio Alvarez foi administrador regional da Funai nos três primeiros anos da década de 90, quando se empenhou na demarcação da reserva Yanomami e a conseqüente retirada de garimpeiros.
Após assumir a presidência, foi a segunda visita a Roraima, sendo a primeira em maio quando se reuniu com 300 líderes indígenas da área São Marcos.
Na aldeia Maturuca, mais de 250 lideranças indígenas apresentaram reivindicações ao órgão indigenista. O coordenador do CIR, Jacir José de Souza, cobrou de Alvarez maior empenho da Funai diante do presidente da República para que seja assinado o decreto homologando Raposa Serra do Sol.
O tuxaua de Uiramutã, Orlando Pereira da Silva, acusou a Funai de omissão diante da intransigência do Exército ao definir o local para construir o 6o Pelotão Especial de Fronteira sem qualquer diálogo com a comunidade. "Nós denunciamos, mas a Funai ficou assistindo tudo, por isso tivemos que entrar com ação na Justiça", disse.
O presidente disse que o órgão não tem poderes para representar na Justiça contra o Exército, pois são duas instâncias federais, mas reafirmou que a Funai está ao lado da comunidade. "Nós temos a obrigação de acatar a decisão que os índios tomarem. Vamos aguardar o julgamento do mérito da ação judicial", aconselhou.