VOLTAR

Índios brigam com Aracruz

CB, Brasil, p. 16
25 de Jul de 2007

Índios brigam com Aracruz

Em carta aberta à sociedade, os índios Tupinikim e Guarani decidiram "retomar a posse" de 11 mil hectares que são objeto de disputa entre a comunidade indígena e a empresa de celulose Aracruz. No documento, os índios afirmam que a área já foi "exaustivamente" identificada pela Funai como sendo terras tradicionalmente "ocupadas por nós". A companhia, por sua vez, alega que é a legítima dona da área no centro-norte do Espírito Santo.

No documento, os índios afirmam que, num primeiro momento, pretendem paralisar o corte de eucalipto na área e retirar os "não-índios" que ali se encontram. O objetivo dessa iniciativa, conforme as comunidades indígenas, é resguardar as áreas plantadas de eucalipto e que serão utilizadas no pagamento das "indenizações devidas à Aracruz pelas benfeitorias" executadas na área. O passo seguinte seria a reconstrução das aldeias Olho dÁgua, Macacos e Areal, em mutirões, que teriam sido destruídas pela empresa segundo acusação dos índios. "Ergueremos casas e faremos plantios de alimentos e de mudas nativas para reflorestar nossas terras", explicam.

De acordo com os índios, o motivo por trás das ações é a demora do governo federal em solucionar a questão relativa à ampliação da reserva indígena no centro-norte do Espírito Santo, numa discussão que já leva 40 anos. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Justiça devolveu à Funai o processo, que contém parecer favorável aos índios, solicitando o aprofundamento dos estudos para se chegar a uma proposta que "componha os interesses das partes". Em contestação ao parecer favorável aos índios expedido pelo órgão, a Aracruz encaminhou à Funai, no ano passado, 15 mil páginas de documentos que comprovariam seu argumento de que é proprietária legítima das terras. De acordo com os índios, a devolução do processo à Funai foi irregular.

CB, 25/07/2007, Brasil, p. 16

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.