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Índios bororos começam a falar à Funai

Diário de Cuiabá
Autor: Nadia Mastella
08 de Fev de 2008

Começaram a ser ouvidos na tarde de ontem os bororos que moram em Jarudore, distrito de Poxoréu, que estariam sob ameaça armada. A informação foi passada por uma amiga da cacique Maria Aparecida Toro Ekuredo. "Ela foi para a aldeia hoje à tarde, porque a Polícia Federal está ouvindo os índios de lá", explicou a amiga, que não quis se identificar por temer as ameaças que vem recebendo por ser amiga dos indígenas. "Todo mundo está com raiva de mim por eu ser amiga deles", declarou.

Ainda segundo ela, Maria Aparecida estava muito nervosa com as ameaças que vêm sendo feitas desde o ano passado. "Depois que eles mataram um índio no ano passado, as ameaças pararam por um tempo, mas voltaram agora".

A morte a que a amiga se refere é a do bororo Elenilson Batare, que foi assassinado na zona rural de Jarudore, no dia 17 de março de 2007. Antes disso, em dezembro de 2006, houve uma tentativa de assassinato contra o genro de Maria Aparecida, que resultou no incêndio do caminhão da família.

Além da Polícia Federal, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) também rumaram para Jarudore no final da manhã de ontem para tentar resolver o conflito, dez dias depois de terem sido comunicados da ameaça de invasão da aldeia. Depois de uma reunião, o chefe do núcleo da Funai de Rondonópolis, Antônio Dourado, e o chefe interino de meio ambiente da Funai, Benedito César Garcia de Araújo, seguiram para a aldeia por volta das 10h, segundo funcionários do órgão.

De acordo com informações já veiculadas no Diário, desde o dia 1o de fevereiro os índios lamentam a demora da ação do poder público e temem pelo pior, já que a comunidade de 32 famílias estava sendo ameaçada por pessoas armadas. "É sempre assim. É amanhã, amanhã. Depois que acontecer alguma coisa, eles (Funai) dizem que já estavam indo", disse a cacique à época.

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