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Índios bloqueiam ponte na BR-158

Diário de Cuiabá-MT
Autor: Francis Amorim
26 de Mai de 2006

A ponte sobre o rio das Mortes na BR-158, em Nova Xavantina (649 Km a leste de Cuiabá), foi bloqueada na manhã de ontem por índios da Associação Xavante Warã e ativistas ligados a uma organização não-governamental (ong), em protesto contra o uso de agrotóxicos nas lavouras de soja e a poluição das nascentes e rios que cortam as terras indígenas Areões, em Nova Xavantina, e Pimentel Barbosa, em Água Boa.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 30 índios e 10 brancos fizeram um cordão de isolamento sobre a ponte e permitiram a passagens de pedestres, ciclistas, ônibus e carros de passeios em horários pré-determinados. Com armas artesanais e pinturas pelo corpo, os xavantes protestaram e exigiram mais respeito com as terras de seu povo.

Segundo os manifestantes, o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras é o principal responsável pelas doenças contraídas pelos indígenas.

A interdição da ponte foi uma forma que os índios encontraram para chamar a atenção das autoridades estaduais e federais para o que vem acontecendo nas aldeias. Eles exigem providências imediatas.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou 15 policiais rodoviários e solicitou reforço das polícias Militar e Civil. Durante todo o dia, o inspetor Elói Grison, da 8ª Delegacia de Barra do Garças, negociou a desobstrução da ponte.

Os índios reclamaram a presença dos coordenadores da etnia xavante em Goiânia (GO), Edson Beriz e Cláudio Romero, em Brasília, para liberar a pista.

Somente por volta das 17 horas é que a ponte foi liberada pelos indígenas. Segundo o inspetor da PRF, os índios prometeram para hoje uma nova manifestação, desta vez em barcos nas águas do rio das Mortes para novamente chamar a atenção das autoridades. A PRF controlou o movimento para evitar conflito entre índios e moradores que se revoltaram ao serem impedidos de cruzar o bloqueio.

"Vamos acompanhar e procurar, na medida do possível, manter o clima tranqüilidade. Conseguimos acalmar os ânimos ontem e esperamos fazê-lo neste novo protesto", disse.

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