VOLTAR

Índios bloqueiam a MT-170, região Noroeste de MT esta isolada

24 HorasNews
Autor: Ivan Pereira
31 de Mai de 2007

Foi confirmado a pouco que a MT-170 foi bloqueada no km 60 na ponte do Rio Juruena por varias etnias indígenas. Segundo informações "não passa nada" no local. Até agora ninguém sabe ao certo quais são as reivindicações dos índios. Como nossa reportagem havia anunciado desde o inicio do possível bloqueio, um dos motivos poderá ser a questão que envolve a etnia Enawene-Nawe, e os proprietários das terras do Rio Preto.

Por volta das 9 horas foi realizada uma rápida reunião entre autoridades e vários fazendeiros e sitiantes do Rio Preto. "Não sabemos ainda se é realmente por causa disso, mais não importa, esse bloqueio prejudica é toda região Noroeste" enfatizou Aderval Bento, presidente da Associação dos Produtores Rurais da Pesquisa Rio Preto (APRUR).

Os Enawene-Nawe e os proprietários das terras vivem um drama há muito tempo. Eles (Índios) pleiteiam aumentar a área que hoje passa de 700 mil hectares, para um grupo de um pouco mais de 700 índios. O processo corre na justiça.

Alguns proprietários sugeriram que um grupo de pessoas fosse até o local para conversar com os índios. "Vamos até lá saber o que eles querem", sugeriu um fazendeiro.

"Vamos conversar com o juiz da comarca para que a justiça possa determinar a saída deles", acrescentou outro fazendeiro.

Foi sugerido ainda que o presidente da câmara de vereadores fosse ate o local, saber das reivindicações. Ainda não foi definida a decisão a ser tomada.

Hoje pela manhã o chefe do núcleo da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em Juina Antonio Carlos, disse a REJ que não foi informado, quais os motivos do possível bloqueio. "Talvez seja uma reivindicação contra a própria Funai, e aí eu seria quem sabe a ultima pessoa, a saber", acrescentou Carlos.

Ainda segundo Carlos, ontem à tarde ele esteve no local e os índios nem queriam falar com a FUNAI, nem com representantes da prefeitura. "Por aí, indica que eles estão cobrando algo referente à FUNAI, deixa confirmar o bloqueio e se for o caso, vamos analisar quais são as reivindicações", completou.

Leia abaixo a ata da reunião...

Aos trinta e hum dia do mês de maio do ano dois mil e sete, às nove horas no recinto do sindicato rural de juina, localizado na Rua Carmem Miranda, 285, modulo 2 neste município de juina, reuniram-se vários comerciantes, pecuaristas, autoridades do legislativo, imprensa escrita , televisiva e de radiodifusão, pecuaristas em caráter urgente e extraordinário para discutir e deliberar sobre o fato dos índios da nação Enawene Nawe, que interditaram a ponte de concreto do rio juruena, como forma de protesto e ação intimidatória.

A presente reunião foi de iniciativa do senhor Aderval bento - Presidente da Associação de Produtores do Rio Preto - APRUR, o mesmo dirigiu a reunião, agradecendo a presença de todos presentes, ressaltou que todos são pessoas de importante opinião publica, geradores de opinião, todos com forte expressão para crescimento e desenvolvimento da cidade de Juina.

Manifesta sua indignação diante do fato dos índios, terem se concentrado ontem a noite ao redor da ponte e hoje interditaram a partir das cinco horas da manhã a ponte.

O motivo que norteou essa ação ainda não esta totalmente esclarecido, mas algumas pessoas colocaram que a razão desta manifestação tem haver com as questões da reserva indígena, segundo os presentes ninguém passa, nem carros de passeios, nem caminhões, nem ônibus.

O vereador Francisco de Assis pedroso - Presidente da Câmara colocou que tem informações que estão mobilizados índios de varias etnias, Enawene Nawe, Cinta-Larga, Rickbatsa e etc, que reclamam das PCHs do Rio Juruena e do Rio Preto.

O governo do estado já conhece o fato e com certeza esse evento tera repercussão nacional, ele disse ainda que op prefeito já esta acionado as autoridades competentes a tomarem providencias, pois esta ação com certeza vai ser prejudicial para toda região.

Foi informado na reunião que o pólo de atendimento ao índio vai sair de juina, isso também contribui para fragilizar mais ainda o entendimento entre índios e brancos.

O senhor Aderval Bento ressalta que há infelizmente muita paixão pelo ambientalismo, mas há de se lembrar que em Juina e região há o homem branco que aqui fez investimentos, trabalha, gera riquezas, colaborou para desenvolvimento.

Nelson Dassoler faz suas considerações coloca o montante de multas que foram aplicadas aos proprietários do Rio Preto, as multas absurdas. Temos que atacar quem esta intrigando os índios que fomentam essas manifestações, que aguçam o ímpio dos índios a se manifestarem contras os brancos, temos que atacar o fogo as ONGs, que são as que diretamente instigam esse desentendimento, considerou o agropecuarista Hermes Bergamin.

Os vereadores Jose Justino de Moraes e Francisco de Assis Pedroso, posiciona que é sensato ir ate o local conversar com o lideres do manifesto a fim de saber o motivo de uma ação tão radical.

O empresário Candido Simonatto, propõe que esse grupo contrate um advogado para assessorar e representar esse grupo, e também posicionar o judiciário e o ministério publico a fim deliberar a ponte.

O vereador destaca que nove etnias estão na ponte manifestando-se e ele se propõe a negociar com as etnias.

O senhor aderval bento colocou em votação o horário da próxima reunião - às 16 horas - trazer para essa próxima reunião pauta: ações a serem tomadas , precisamos pedir uma resolução deste problema urgente e para isso temos que ter claro que passos dar em torno do ocorrido.

Senhor João Alves da Luz presidente dos trabalhadores da indústria madeireira, se dispõe a ir ate o local, vê com preocupação se isto persistir por muito tempo o setor sofre com a crise e o ocorrido fragilizará ainda mais, gerando mais rescisão e desemprego.

Xel Silvério, presidente da ASCOM também coloca sua indignação, mas destaca que precisamos ter claro e oficialmente as reivindicações das etnias. Importante considerar que os índios violaram um direito constitucional, direito de ir e vir, isso já nos subsidia a entrar com ação junto ao ministério público e ao judiciário para garantir a todo cidadão essa condição.

Nada mais havendo, a ser tratado, deu-se por encerrado a presente reunião, às dez horas, com presença de mais de 40 pessoas, que assinam a presente. Nada mais eu Aparecida Gomes Borges de Souza, finalizo a mesma.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.