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Índios ateiam fogo em maloca no Contão

Brasilo Norte-Boa Vista-RR
Autor: Marcelo Mora
11 de Fev de 2004

O clima na região é tenso e os indígenas temem uma guerra entre comunidades se a Polícia Federal não for para a região

O clima e tenso na maloca do Contão , depois da reunião do Cir em Maturuca

Indígenas ligados ao Conselho Indígena de Roraima (CIR) estão sendo acusados de atear fogo na maloca do Canta Galo, atingindo a casa do indígena Narciso, um malocão e um depósito. Tudo foi destruído pelo fogo.

O incêndio aconteceu ontem por volta do meio-dia, quando os indígenas estavam deixando a comunidade de Maturuca, onde desde o dia 06 estava acontecendo a 33ª Assembléia dos Tuxauas.
A Polícias Federal e Militar foram acionadas pelo presidente da Sociedade de Defesa dos índios Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), Silvestre Leocádio da Silva.

Segundo o presidente da Sodiur, o tuxaua do Contão, Genival Silva, ligou ontem por volta do meio-dia para ele dizendo que os ânimos da região estão ao acirrados e que uma possível briga entre indígenas está prestes a acontecer, devido o incêndio, que teria destruído toda a casa do indígena Narciso.
Segundo Silvestre Leocadio, toda vez que o CIR faz reunião no Maturuca, quando os indígenas saem de lá, saem assim, fazendo badernas, queimando pontes, destruindo torres e invadindo fazendas. Dessa vez, acusa Leocádio, eles queimaram casas.

Para o presidente da Sodiur, o pessoal do CIR insufla os indígenas, deixando todo mundo irritado na região. "Eles só fizeram isso em represália à prisão e expulsão das nossas terras dos dois estrangeiros pela Polícia Federal. Nós já dissemos por diversas vezes que em Maturuca é um quartel general de estrangeiros e agora nós provamos isso", disse Silvestre.

Segundo ainda o presidente da Sodiur, ele recebeu uma ligação do superintendente interino da Polícia Federal, Ianê Linario Leal, que queria informações e manter contato com o tuxaua do Contão, porque havia recebido informações de que havia pessoas presas na barreira montada pelo índios na região.
"Eu disse a ele que era mentira, não prendemos ninguém na barreira . O pessoal ligado ao CIR gostam de distorce as coisas e ai inventaram isso. Aproveite e comuniquei ao policial tudo que estava acontecendo na região".

A situação hoje no Contão, segundo Silvestre e grave. As pessoas estão com os ânimos acirrados e a qualquer hora pode haver um confronto de indígenas com indígenas, alertou ele.
A mesma informação, segundo Silvestre , ele passou para a Polícia Militar em Pacaraima e ao chefe do Gabinete Militar do Governo, coronel Dagoberto Gonçalves.

Federal
A reportagem tentou contato com o superintendente interino da Polícia Federal em Boa Vista, Ianê Linário, mas como já passava do horário do expediente ele não foi encontrado, bem como o delegado Eduardo, que segundo o Plantão da PF, poderia dar qualquer informação.

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