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Índios atacam funcionários em MG

A Tarde-Salvador-BA
05 de Ago de 2004

Indígenas maxacalis queimam caminhonete usada pelos agentes para atendimento médico na região perto da reserva

Um médico e um motorista da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) foram agredidos anteontem à noite por um grupo de índios maxacalis da reserva próxima de Bertópolis, no norte de Minas Gerais. Depois os índios queimaram a caminhonete usada pelos agentes para atendimento médico na região. O conflito teria ocorrido por causa de um desentendimento entre grupos rivais. A Polícia Federal chega à reserva na manhã de hoje para apurar o caso.

De acordo com informações da Fundação Nacional do Índio (Funai), o motorista, um administrador da instituição na região e oito funcionários da Funasa estavam no local para prestar atendimento médico aos indígenas. Quando passavam perto de um grupo da comunidade maxacali foram surpreendidos por um outro grupo de índios, que jogaram pedras e paus sobre o veículo. "Eles queriam agredir um índio que estava sendo transportado para receber atendimento médico", informou Fábio Vilas, agente da Funai na região.

O índio teria-se envolvido em uma briga com a família de outro índio, conhecido como Neir Maxacali, na semana passada, que teria prometido vingança. Como os funcionários da Funai e da Funasa tentaram impedir a troca de agressões, foram hostilizados por Neir e seus dois irmãos. "Quando os índios se aproximaram do veículo, atirando pedras, o motorista se apavorou e perdeu o controle do veículo, que caiu em uma ribanceira e capotou. Depois do acidente, os índios tentaram agredir o rival, mas foram impedidos pelo motorista e pelo médico, que levou uma facada no braço", disse o agente da Funai.

Os funcionários da Funai e da Funasa conseguiram evitar a agressão ao índio, mas não que o veículo fosse incendiado. Sem transporte, os profissionais deixaram a aldeia na madrugada de ontem, com o apoio da Polícia Militar.
Apesar da violência, ninguém foi ferido gravemente. Segundo o presidente em exercício da Funai, Roberto Lustosa, apesar de a situação já estar controlada, atritos entre os índios são comuns na região. "A maioria está envolvida com o consumo de álcool, que gera este tipo de situação. Mas vamos iniciar uma frente para coibir ações como esta e afastar os índios do consumo de álcool", explicou. Conforme dados da Funai, na região existem 260 famílias com cerca de 1.200 índios.

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