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Índios ameaçam suicídio coletivo na sede da Funai

Douradosagora - http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=270935
17 de Dez de 2009

Representantes dos indígenas que invadiram a Funai em Dourados ameaçam um suicídio coletivo. Eles pregaram um cartaz na porta de entrada dizendo que têm veneno e corda.

A Polícia Federal, através de um vidro que foi quebrado, está em permanente negociação com o grupo que tomou a sede e fez 13 reféns, incluindo duas mulheres sendo uma gestante, o repórter do site Douradosagora, Cido Costa, além de dois policiais federais que também estão entre eles para tentar manter a segurança e que também estão impossibiltados de sair.

O capitão da Polícia Militar, Carlos Silva, disse que não há previsão para invadir o prédio, onde os manifestantes exigem a imediata exoneração da administradora da Funai de Dourados, Margarida Nicoletti.

O repórter do Douradosagora, Cido Costa, conseguiu ligar para a redação. Ele conta que a situação é perigosíssima no interior da Funai e precisou desligar um dos telefones. O outro foi tomado.

Conforme noticiou o Douradosgora, a invasão foi orquestrada por lideranças indígenas do Sul do Mato Grosso do Sul que estavam mantendo um acampamento, até a manhã de hoje, nas imediações da Funai de Dourados. Eles exigem a saída da administradora da Funai de Dourados, Margarida Nicoletti, do Núcleo local.

A Polícia Federal, Polícia Militar e Bombeiros estão no local. Eles isolaram a Avenida Marcelino Pires, na região da Funai e pedem à população que evite chegar perto do local do conflito.

Um dos indígenas se dirigiu à imprensa há pouco e disse que só vão liberar os reféns quando sair a exoneração de Margarida. Em tom de ameaça, ele disse que o grupo tem cordas e veneno. "Não temos merda nenhuma na aldeia", gritou uma mulher indígena. "O Brasil pertence a gente, os guarani, nós é que manda", falou outro. "Margarida já ganhou muito dinheiro às nossas custas", esbravejou outro indígena, referindo à adminstradora.

Os indígenas querem a saída da administradora, que já pediu exoneração do cargo e aguarda decisão da presidência do órgão em Brasília.

O grupo acredita que com a saída da administradora, problemas como a falta de segurança e incentivos as plantações serão resolvidos. Segundo eles, em 40 dias seis indígenas morreram vítimas da falta de segurança. Outra reclamação gira em torno de incentivos. "Nos tratam como inconsequentes e não disponibilizam maquinários. Eles apodrecem sem uso, mas a Funai não nos disponibiliza", dizem eles.

As lideranças dizem que os mais de 13 mil índios só não estão passando fome porque recebem cesta básica do governo do estado. "Não tem como plantar. A Funai é omissa nesta questão, o que revolta a comunidade", explicam.

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