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Índios ameaçam suicídio coletivo em Dourados

A Tribuna de Imprensa-RJ
03 de Set de 2001

Os índios guarani-kaiowá resolveram tomar as terras do distrito de Panambi, em Dourados a 220 quilômetros de Campo Grande, após seis anos de espera. São 36 pequenas propriedades rurais que foram entregues aos sem-terra durante o governo Getúlio Vargas, quando o então presidente iniciou a reforma agrária no País.
Cerca de 300 homens pintados para a guerra e portando armas rudimentares, expulsaram a família titular de uma fazenda com cerca de 80 hectares, e invadiram a área. O distrito é formado por 36 pequenas fazendas, todas sob a mira de invasões dos índios.
Em 1995 o Ministério da Justiça declarou o local, com um total de 1.100 hectares, terras indígenas, transformando a área em palco de vários conflitos entre fazendeiros e indígenas. Os dois lados alegam serem donos de toda a área. Fazendeiros e indígenas já recusaram vários acordos propostos pelos governos federal e estadual.
Ontem, os índios promoveram uma manifestação em frente da entrada principal da fazenda que invadiram, exibindo arcos, flechas e pedaços de pau, para reafirmar que estão dispostos a resistir qualquer tentativa de despejo ou retomada do imóvel.
Os fazendeiros estão unidos contra a invasão e o clima fica cada vez mais tenso. Agentes da Delegacia Regional da Polícia Federal em Dourados estiveram no local, pedindo aos índios que aguardem a solução da questão em suas aldeias, mas eles disseram que, se for necessário, poderão até cometer suicídio coletivo, para não deixar a área.

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