VOLTAR

Índios ameaçam guerra contra invasores de terras

Estadão do Norte-Porto Velho-RO
14 de Mai de 2003

Caso não sejam tomadas as providências para a retirada de invasores das terras indígenas dos Uru-Eu-Wau-Wau e Karipunas, até o próximo dia 21, a Coordenação da União dos Povos Indígenas de Rondônia - Cunpir, convocará outras nações para agir por conta própria. O anúncio foi feito ontem por membros da entidade, que admitem um confronto corpo a corpo, que pode resultar em baixas para ambas as parte. Depois de várias tentativas, os índios devem aguardar até o dia 21, quando haverá uma audiência pública na Assembléia Legislativa. A partir daí, se o impasse continuar, eles garantem que haverá guerra.
Com isso, a Cunpir quer pôr um ponto final no problema, que já dura mais de 15 anos. Eles lembram que o caso se arrasta na Justiça Federal à espera de solução.
Embora já exista uma liminar que garante a reintegração de posse das áreas invadidas, a situação continua sem solução. "Não vamos mais esperar que as terras indígenas continuem sendo tomadas. Já denunciamos inclusive o extermínio de índios não contatados e até agora ninguém fez nada", diz Antenor Karitiana, coordenador da Cunpir.
Ele cita o exemplo das terras dos Cinta-Largas, cuja invasão já foi informada ao Governo Federal. "Garimpeiros e madeireiros exploram a área sem serem punidos. Queremos nossas terras de volta", pede Antenor Karitiana.
REUNIÃO
Para discutir sobre o assunto, a coordenação da Cunpir convocou para uma reunião na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - Sedam, com representantes da própria Sedam, Funai, Ministério da Agricultura, Incra, Ibama, Polícia Ambiental e Ministério Público Federal, além de ONGs que trabalham direta e indiretamente com os povos da selva. Frustrado com a ausência de representantes dos órgãos federais, Antenor disse que vai formar duas comissões para tentar articular novo encontro para solucionar o problema.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.