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Índios ameaçam atacar cidade devido a assassinato

Diário do Pará
Autor: Paulo Carrion
07 de Nov de 2006

A população do município de Cumaru do Norte, sul do Pará, está em clima de tensão desde a madrugada do último domingo (5), quando foi assassinado o índio Penkré Kaiapó, 38 anos. O corpo do índio foi encontrado em um matagal, na periferia da cidade. Penkre Kayapó era irmão do administrador da Funai do município de Redenção, Maikô Kayapó, e morava na aldeia Gorotire, em Cumaru.

Ele foi executado com oito facadas, sem chances de defesa. Segundo levantamentos da Polícia, o assassino matou o índio para roubar cerca de mil reais. O dinheiro é de origem de uma venda de madeira feita por Penkré. O corpo foi levado para a aldeia Gorotire, que fica a 70 quilômetros da cidade, onde foi sepultado na tarde de ontem.

Ao tomar conhecimento do fato, as polícias Civil, Militar e Federal se deslocaram de avião até Cumaru do Norte. Revoltados, os caciques deram 48 horas para as autoridades policiais prenderem os assassinos. Durante todo o dia de domingo, a cidade de Cumaru ficou quase deserta. Mulheres e crianças deixaram a cidade com medo da ameaça de ataque dos índios.

No final da manhã de ontem, a Polícia conseguiu prender dois suspeitos que confessaram ter participado da morte do índio. Trata-se de André da Silva Mendes, 27 anos, e um adolescente, que não teve sua identidade revelada. Eles foram presos na periferia de Cumaru do Norte e levados para a Superintendência de Polícia Civil, em Redenção. A Polícia também já identificou um terceiro acusado de ter participação na morte do índio, e diz que é apenas questão de tempo para poder capturá-lo.

Cerca de 50 homens da PM permanecem em Cumaru para garantir a segurança dos moradores e evitar um possível confronto entre índios e brancos.

Ainda ontem era tenso o clima em Cumaru do Norte. O comércio não abriu as portas e as aulas foram suspensas.

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