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Índios acusados de assassinar 29 garimpeiros começam a ser ouvidos

G1- http://g1.globo.com
15 de Mar de 2016

A Justiça Federal começou a ouvir nesta terça-feira (15) os 23 índios da etnia Cinta Larga que são acusados de ter assassinado 29 garimpeiros, em 2004, na reserva indígena Roosevelt, em Espigão D'Oeste (RO). A audiência judicial está sendo realizada no auditório do Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO) de Cacoal (RO), com segurança reforçada de policiais federais, rodoviários, militares e Operações Especiais.

Conforme o judiciário, os garimpeiros teriam sido mortos durante um conflito com os índios por causa da extração ilegal de diamantes na reserva em abril de 2004. Os corpos dos 29 garimpeiros foram achados pela Polícia Federal (PF) já em estado de decomposição. Na ocasião, helicópteros foram usados para retirar os cadáveres, colocados em 13 sacos de diferentes tamanhos.

De acordo com o juiz federal Leonardo Hernandez Santos Soares, a audiência judicial está sendo realizada para promover a citação dos índios Cinta Larga, que foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo massacre dos garimpeiros ocorrido no dia 7 de abril de 2004.

"O processo estava parado, pois ainda não havia sido efetuada a citação dos indígenas. Através da Funai [Fundação Nacional do Índio] e do MPF foi permitido que a Polícia Federal de Vilhena se deslocasse para Cacoal, afim de se reunir com os indígenas para possibilitar que eles sejam citados e também apresentem manifestações perante a justiça federal de Vilhena sobre o caso em questão", explicou Hernadez.

Nesse primeiro momento os indígenas serão ouvidos no processo criminal. Após os depoimentos, será dado prazo de dez dias para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) ou os advogados dos índios ofertem defesas.

"Esse processo tem tendência a ir ao tribunal do júri, caso tenha alguma decisão judicial requerida pelo MPF que levará a julgamento. Hoje iremos apreciar a situação e será feito o primeiro contato", afirmou o juiz.

Para preservar a integridade física dos indígenas e das autoridades envolvidas, a rua que dá acesso ao MP foi interditada e contou com a segurança de policiais federais, militares, rodoviários, Operações Especiais e canil. Um detector de metais está sendo para controlar o acesso da sala.

Além do massacre ocorrido em 2004, os índios serão ouvidos sobre um assassinato ocorrido dentro da reserva em 2001. Apesar do procurador da Controladoria-Geral da União (CGU) da Funai estar acompanhando a audiência, nenhum representante do órgão quis falar sobre o caso.

A audiência que começou hoje não tem prazo para terminar.

Reserva Roosevelt

A Reserva Roosevelt é considerada uma região de conflitos. Em dezembro de 2015, dois madeireiros foram assassinados dentro da reserva enquanto praticavam a extração ilegal de diamantes, o índio suspeito de ter cometido o crime foi preso.

Policiais Federais ocuparam a Reserva Roosevelt ainda em dezembro, na segunda fase da Operação Crátons, onde resultou na prisão de nove pessoas, sendo seis indígenas e duas pessoas foragidas.

Com a ocupação, os federais passaram a ter acesso livre à reserva. O objetivo é acabar com a atividade ilegal de extração de diamantes e madeira dentro da reserva, que pertence ao povo indígena Cinta Larga.

http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2016/03/indios-acusados-de-assa…

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