Índio vai a julgamento pela morte de taxista em Cruzeiro do Sul

Taxista fazia frete para grupo de índios em 2011.
Vítima ficou em estado vegetativo por um ano.

O índio Sérgio Rosas da Silva, integrante do povo Katukina, está sendo julgado nesta segunda-feira (25), Tribunal do Júri de Cruzeiro do Sul (AC), pela morte do taxista Sérgio Vasconcelos da Silva, 50 anos, ocorrida em dezembro de 2011. Na época, o taxista foi espancado e ficou em estado vegetativo, morrendo um ano depois.

Com a morte da vítima, o Ministério Público Estadual reeditou a denúncia de tentativa de homicídio, para homicídio qualificado.

"Queremos agir aqui não somente no papel de acusador, mas de representante legítimo da população. Foi uma vida que se perdeu e vamos pedir a condenação por homicídio qualificado. Identificamos que houve motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima", comenta o promotor do caso, Washington Moreira.

Segundo o que consta nos autos do processo, o taxista saiu do centro da cidade de Cruzeiro do Sul, para levar um grupo de índios à terra indígena, localizada no quilômetro 70 da BR-364. Durante o trajeto, a vítima foi retirada do carro e espancada. O taxista foi encontrado horas depois, caído na rodovia.

O advogado Armyson Lee disse que seu cliente, assim como a vítima estavam sob efeito de álcool. "Meu cliente agiu em defesa da honra de sua família. Ele só agrediu porque o taxista tentou acariciar as partes íntimas de sua esposa e de sua cunhada, por isso, vamos pedir que ele seja absolvido", comentou.

Dezenas de indígenas da mesma etnia acompanham o julgamento. Os familiares da vítima preferiram não assistir. Segundo Celso Vasconcelos da Silva, irmão do taxista, os familiares não têm condições emocionais para acompanhar o júri. "O nosso sofrimento vem desde dezembro de 2011, às vésperas do natal, quando meu irmão chegou como um morto no pronto-socorro", conclui.

http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2013/02/indio-vai-julgamento-pela-m…