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Índio pode ter sido morto na própria aldeia

Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
29 de Abr de 2003

O índio Joaquim Xavante, 65 anos, desaparecido desde o dia 2 de abril, pode estar morto e enterrado em sua própria aldeia, na região de Primavera do Leste. E o mais grave: ele teria sido morto pelos próprios companheiros que teriam usado sua morte para justificar a invasão da fazenda Rica II na manhã do dia 8. Esta hipótese está sendo investigada pela Polícia Federal (PF) que também apura a acusação, sustentada pelos índios, de que o crime pode ter sido cometido por fazendeiros. Para a PF, é muito estranho o comportamento dos índios, que não estão mostrando interesse em acompanhar as buscas ao índio desaparecido.

Entre hoje e amanhã agentes da Polícia Federal devem reiniciar as investigações na região ouvindo os fazendeiros. Os índios, que mantiveram como reféns o fazendeiro, sua família e peões, além de saquearem a propriedade, levando 10 tratores,2 caminhonetes, dinheiro, celulares, relógios, chegaram a espancar os reféns que só foram liberados por volta das 19 horas. Por estes atos, ele podem ser indiciados, de acordo com o superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso, André Luiz Diniz.

A fazenda, distante cerca de 60 quilômetros de Primavera, foi invadida por cerca de 150 índios, sendo que em torno de 80 estavam armados. A situação só foi normalizada com a ação das polícias Militar, Civil e Federal. O Corpo de Bombeiros e funcionários da Funai chegaram a participar das buscas de Joaquim Xavante. Apenas suas roupas foram encontradas à beira de um rio.

Cerca de 2.200 Xavantes vivem na Terra Indígena Sangradouro, na região de Primavera. Os que participaram da invasão eram provenientes de várias aldeias, principalmente a da aldeia Volta Grande, onde morava Joaquim Xavante. O Sindicato Rural de Primavera do Leste, com o apoio de parlamentares, está se empenhando para trazer a Primavera o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para que seja encontrada uma solução.

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