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Autor: Mônica Costa
30 de Mai de 2012
Xiuhka Apalay diz que com a formalização conquistou direitos e oportunidades e que o esforço é compensado por renda familiar maior
Macapá - O índio Xiuhka Apalay Waianã trocou a aldeia, localizada nas Montanhas do Tumucumaque, no Amapá, pela capital do estado, onde trabalha por conta própria e educa os filhos. Ele é amabulante, e é vendendo churrasquinho que ele mantém a família.
Waianã era professor na rede pública de ensino e ficou desempregado depois que seu contrato foi suspenso. Quando conheceu a figura jurídica do Empreendedor Individual, viu nela uma oportunidade. Segundo ele, tornar-se um EI mudou a rotina de trabalho e a renda familiar. "Com o meu próprio negócio formalizado, posso continuar trabalhando, educando meus filhos que ainda estudam em Macapá e manter a renda da minha família", diz Xiuhka Apalay Waianã.
O índio Apalay também revelou como conquista a clientela no novo empreendimento. "Ofereço bons produtos e trabalho os alimentos da forma correta. Como em qualquer outro negócio, também dou um bom atendimento aos meus clientes", pondera.
A figura do Empreendedor Individual (EI) é uma inovação no sistema tributário que possibilita a formalização de quem trabalha por conta própria. Quem adere ao regime deve ter renda bruta anual de até R$ 60 mil e pode ter apenas um empregado. "A iniciativa é fundamental, pois visa a inclusão social. Além de se formalizar, o cidadão garante uma nova identidade", destaca o gestor do Projeto Orientação ao Empreendedor Individual, Iraney Lopes.
O EI auxilia o trabalhador ao possibilitar acesso ao crédito e benefícios previdenciários, como auxílio doença, aposentadoria e licença maternidade. Os formalizados contam ainda com orientação do Sebrae e podem obter o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), que abre oportunidades de fornecer nota fiscal e melhorar os negócios.
Tumucumaque
O Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque, criado em 2002, está localizado na fonteira com a Guiana Francesa e a República do Suriname. Sua área abrange o noroeste do Amapá e pequena parte do Pará. É considerado o maior parque de floresta tropical do mundo, com 3.870 mil hectares, e integra um complexo de 11 milhões de hectares de área conservada, composta de terras indígenas (Parque Indígena Tumucumaque, Terra Indígena Waiapi e Terra Indígena Rio Paru D'Oeste) e quatro unidades de preservação (Floresta Nacional do Amapá, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru, Estação Ecológica do Jarí e Reserva Extrativista do Rio Cajari).
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