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Índio é mutilado e executado

Diário da Amazônia-Boa Vista-RR
01 de Mar de 2002

A Superintendência da Policia Federal em Rondônia, mandou uma equipe de agentes para Espigão do Oeste, que vai investigar a morte do índio César Cinta Larga, assassinado possivelmente há quatro dias. O superintendente da PF, Marcos Aurélio de Moura, disse que o corpo do Cinta Larga foi encontrado ontem de madrugada, em uma vala, com várias perfurações a bala, a cabeça esmagada possivelmente a pauladas e sem uma das mãos que teria sido levada pelos assassinos. Apesar de não confirmar, a superintendência não descarta a possibilidade do índio ter sido morto por garimpeiros. Várias denúncias de confrontos entre índios e garimpeiros brancos, são feitas a Polícia Federal e à Funai, mas a Polícia ainda não conseguiu acabar com a exploração de minério na reserva Roosevelt, onde fica a tribo Cinta Larga. Página b3 O acesso à Reserva dos Cinta Larga, a 95 quilômetros de Espigão do Oeste, é cada vez mais difícil, em função dos atoleiros que se formaram com as chuvas. Mesmo assim, a Polícia Federal está realizando desde ontem, com apoio da Funai, todos os levantamentos possíveis, que possam ajudar na elucidação do crime. Ainda não há números precisos de assassinatos ocorridos no garimpo localizado na Reserva Roosevelt desde o início da atividade ilegal no final de 2000, mas a presidente da União Nacional dos Garimpeiros denunciou recentemente, em Brasília, uma chacina que teria culminado com a morte de dezenas de trabalhadores de garimpo. A morte do índio César Cinta Larga deverá chamar a atenção da Funai, em relação aos problemas gerados em função da abertura do garimpo ilegal. A polícia não tinha, até a tarde de ontem, informações precisas sobre os motivos da morte de César Cinta Larga. "O que se sabe é que os desentendimentos entre índios e garimpeiros são freqüentes", disse um policial militar que afirmou ter participado das primeiras ações da Operação Resgate. "O uso de armas na região explorada, entre índios e garimpeiros, também é comum, e hoje a reserva não está mais sob controle da polícia e muito menos da Funai", informou. O representante da Funai em Cacoal, Laerte Mendes Ferraz, também responsável pelos Cinta Larga, não foi localizado ontem para falar sobre a morte do índio.

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