O Popular-Goiânia-GO
07 de Nov de 2003
Os Jogos Indígenas, no Tocantins, têm provocado situações inusitadas e até mesmo divertidas, como a história que aconteceu na Praia da Graciosa, sede dos jogos. Integrantes de uma das tribos participantes, os Awa Guajá, foram tomar banho no rio Tocantins, após o torneio, e, ao retornarem para a sua oca, deram por falta de um dos jogadores. Toda a aldeia entrou em pânico, como relatou Patriolino, funcionário da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que vive com essa etnia há vinte anos."Chegamos em casa e faltava uma das bolsas e um arco-flexa, então percebemos que o Tixiaparamuhû Awa tinha desaparecido", conta Patriolino.
Para localizá-lo, foram mobilizados indíos de várias etnias, a Polícia Federal e o Corpo de Bombeiros. A imprensa, que faz a cobertura dos jogos, também colaborou nessa busca com anúncios sobre o desaparecimento do índio, afirmou Marcos Terena, coordenador dos Jogos Indígenas. Segundo Patriolino, ontem, dois dias depois do desaparecimento do atleta, uma índia da etnia Bakairi encontrou uma bolsa próxima das ocas, que foi identificada como sendo do índio desaparecido. Após três noites dormindo no chão e comendo apenas peixe, Txiaparamuhû Awa Guajá foi encontrado por um pescador nas margens do rio Tocantins e levado à polícia federal. Hoje de manhã, voltou para a oca de seu povo, na aldeia olímpica.
Os Awa Guajá estão participando pela primeira vez dos Jogos Indígenas e têm pouco contato com os não-índios, possivelmente motivo que levou Tixiaparamuhú a afastar-se do grupo. Amanhã (8) será o enceramento do evento, e a organização promete fazer uma festa para comemorar o aparecimento do índio.
Material produzido pelos alunos de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília
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