VOLTAR

Indigenas voltam a viver sob ponte

Correio do Estado-Campo Grande-MS
16 de Jun de 2001

Um grupo de famílias indígenas, lideradas pelo ex-capitão "cacique" Carlito de Oliveira, abandonou a Aldeia Lima Campo e voltou a viver debaixo da ponte do Rio Dourado.Os índios estavam há quase três anos ocupando a Fazenda Paraná e conseguiram que ela fosse identificada e delimitada como área indígena, porém, a terra ainda está em fase de demarcação. A nova fuga do grupo de Carlito de Oliveira foi provocada pelo esvaziamento de poder do ex-cacique, com a eleição de um capitão apoiado pela Administração Regional da Funai de Amambai.Carlito e seu grupo não aceitaram o resultado da eleição do índio caiuá Nestor Isnardi. Na iminência de um novo conflito, como o ocorrido em julho de 1998, na Rodovia MS-156, que corta a Reserva Indígena de Dourados, a qual ficou fechada por dois dias e resultou em agressões, eles resolveram voltar a viver sob a ponte, onde naquela época chegaram a viver durante três meses.No domingo à tarde, Carlito de Oliveira esteve com um grupo de índios procurando apoio das autoridades locais, inclusive a Polícia Federal, para garantir a tranquilidade na Aldeia Lima Campo, mas não obteve sucesso porque era feriado e a área da nova aldeia pertence a Ponta Porã.Quando era cacique da Aldeia Jaguapiru, por mais de oito anos, Carlito de Oliveira tinha o domínio de toda a reserva e acabou perdendo terreno para os novos caciques, que assumiram por meio de eleições diretas, tornando-se um opositor dos demais grupos dominantes entre os índios douradenses.O ex-cacique também disse que não volta a Dourados porque na reserva local estão vivendo cerca de nove mil índios em pouco mais de 3,5 mil hectares e também para evitar novo confronto com as antigas lideranças. Com Carlito, embaixo da ponte, estão 13 famílias, entre crianças, adolescentes e idosos.A Funai em Dourados não se manifestou sobre a situação dos indígenas da Lima Campo, mas um grupo de pessoas da comunidade acabou colaborando com Carlito e seus seguidores, levando roupas e agasalhos até o Rio Dourado, onde estão acampados.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.