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Indígenas vão resistir até a morte

Correio do Estado-Campo Grande-MS
10 de Jan de 2002

Amanhã mais de 80 agentes da Polícia Federal devem ir até o município de Antônio João cumprir a reintegração de posse da Fazenda Fronteira
"Os índios disseram que vão resisitir até a morte". Esta foi a informação repassada ontem pelo gerente de assuntos indígenas do Idaterra, Joatan Loureiro, sobre a possibilidade do despejo de 300 índios da Fazenda Fronteira, em Antônio João. Ele disse que esteve na última terça-feira na área invadida e o clima é bastante tenso. "Eles estão se preparando para uma resistência e inclusive devem contar com apoio de mais 600 pessoas", informou.

Independentemente desta reação, amanhã mais de 80 agentes da Polícia Federal vão até o município de Antônio João, cumprir a reintegração de posse da Fazenda Fronteira, caso a Justiça Federal de Dourados não decida sobre a extensão do prazo solicitado pela Funai da retirada dos índios. O julgamento do pedido de um prazo de 60 dias para retirada dos invasores feito pela Funai de Amambai irá ser analisado somente hoje.

A Superintendência da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul confirmou ontem que já iniciou o planejamento da operação. Hoje, em Campo Grande, o presidente do Idaterra, Sandro Fantini, deve manter uma audiência com superintendência para tentar impedir a ação de reintegração de posse.

O Idaterra e a Funai temem pelo pior e estão trabalhando até mesmo com a hipótese de que possa ocorrer mortes durante a ação do despejo. Joatan Loureiro, disse que eles podem se revoltar até mesmo contra os funcionários daquela propriedade rural, que pertence ao prefeito. Através da assessoria de imprensa, a Polícia Federal informou que já autorizou fazer um planejamento estratégico da ação de despejo. Caso tenham que cumprir o mandado, eles irão disponibilizar ônibus e caminhões, além de reforço policial de agentes federais, podendo inclusive solicitar apoio da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado. A Fazenda Fronteira pertence ao prefeito de Antônio João, Dácio Queiroz, e foi invadida pelos índios em dezembro de 1998.

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