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Indígenas tentam invadir Palácio do Planalto

O Globo, País, p. 4
05 de Dez de 2013

Indígenas tentam invadir Palácio do Planalto
Novos critérios de desapropriação motivaram protesto

Catarina Alencastro Ailton de Freitas

Um grupo de cerca de 500 índios, de várias etnias, realizou um protesto na manhã de ontem em frente ao Palácio do Planalto contra mudanças que o governo estuda fazer nos critérios de demarcação de terras indígenas. Cerca de 15 índios tentaram subir a rampa presidencial do Planalto e foram impedidos por seguranças da Presidência da República, que lançaram mão de jatos de gás de pimenta.
Houve confronto e um segurança presidencial foi ferido na cabeça por um índio com um chocalho. Outro grupo tentou forçar a entrada no Planalto pela portaria principal, mas os cerca de 50 seguranças ligados ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) conseguiram contê-lo. Um manifestante mais exaltado derrubou as grades que cercam o palácio aos chutes.
Os seguranças são militares de Exército, Aeronáutica e Marinha. Diante da pressão dos índios, um efetivo de cerca de cem militares do Exército foi convocado, mas não chegou a atuar. Por precaução, o efetivo permaneceu a postos no palácio durante todo o dia de ontem.
"LEILÃO DA RESISTÊNCIA" EM MT
Os índios que participaram do protesto gritavam palavras de ordem contra o governo e contra a presidente Dilma Rousseff, dizendo que ela pagaria por seus erros nas urnas. No momento do tumulto, a presidente ainda não havia chegado ao Planalto. Uma faixa com os dizeres "Dilma, abaixo os decretos e portarias de exterminação dos povos indígenas" era empunhada pelos manifestantes, que foram a Brasília participar da Conferência Nacional de Saúde Indígena.
Em Mato Grosso do Sul, comunidades indígenas recorreram à Justiça para tentar suspeder o chamado "Leilão da Resistência", articulado por produtores rurais para arrecadar recursos que seriam utilizados contra ocupações de terras no estado. O evento está marcado para sábado, em Campo Grande. Membros dos conselhos Aty Guassu Guarany Kaiwá e do Povo Terena ingressaram com ação ordinária, ontem, na 2ª. Vara da Justiça Federal, contra a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) e a Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Famasul).
Eles argumentam que fazendeiros têm como objetivo financiar milícias armadas com a verba no leilão. No dia 19 de novembro, Francisco Maia, presidente da Acrissul, explicou que os recursos arrecadados com o certame serão utilizados para ações de mobilização dos produtores, para o pagamento de honorários de advogados e até mesmo para segurança. (Com informações do G1).

O Globo, 05/12/2013, País, p. 4

http://oglobo.globo.com/pais/indios-tentam-invadir-planalto-sao-contido…

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