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Indígenas reivindicam implantação de unidade do IFRR no Contão

Folha de Boa Vista (Boa Vista - RR) - www.folhabv.com.br
10 de Jul de 2015

É necessário uma autorização para que a proposta de implantação de uma unidade do IFRR em terras indígenas seja efetivada

A direção do Instituto Federal de Roraima (IFRR) recebeu no Gabinete da Reitoria, o presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (Sodiurr), Lupedro Abel Moraes, que entregou formalmente, nas mãos da diretora de Políticas de Ensino de Graduação (Dipgrad), professora Elizabete Nogueira, a Carta Aberta do Contão, por meio da qual reivindica a implantação de uma unidade da instituição naquela comunidade, localizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

De acordo com Lupedro, a carta, que veio acompanhada de um abaixo-assinado com cerca de 600 assinaturas, autoriza a implantação de uma unidade do IFRR na Comunidade Indígena, informa a demanda e reforça a reivindicação das comunidades e das lideranças ligadas à Sodiurr, bem como das demais lideranças que apoiam a política de desenvolvimento das comunidades.

"A Sodiuur implementa uma política aberta, voltada ao progresso social, econômico, político, intelectual e cultural do povos indígenas, daí por que entende que a formação e a qualificação profissional, bem como o acesso à tecnologia, são a chave para esse progresso", explicou o líder indígena, frisando que a implantação do IFRR, seja por meio de um câmpus avançado ou por um centro de referência é um passo decisivo para o desenvolvimento daquela região.

A autorização é o primeiro passo para que a proposta de implantação de uma unidade do IFRR em terras indígenas seja efetivada, já que os índios precisam demonstrar formalmente o interesse. Para a elaboração da carta, foi necessário considerar os seguintes aspectos: a demanda crescente dos povos indígenas de Roraima, o apoio da Comunidade Indígena do Contão para a implantação da unidade ali, o apoio das lideranças indígenas para a implantação da unidade na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o clamor público e a localização geográfica e estratégica em relação às demais comunidades, já que possui fácil acesso aos Municípios do Uiramutã, de Pacaraima e de Normandia.

Discussões
De acordo com a professora Raimunda Rodrigues, as discussões sobre a proposta de implantação de uma unidade do IFRR na Terra Indígena Raposa Serra do Sol tiveram início em 2011, quando a instituição recebeu uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para inserir-se na região, expandindo a educação profissional para os povos indígenas.

Dada a recomendação, em 2013 o IFRR, em conjunto com a Funai, convocou as 14 organizações presentes em Roraima para saber a opinião de seus membros acerca da implantação da unidade na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Nesse primeiro encontro, foi definida a realização de visitas técnicas a três comunidades indígenas que dispusessem de estrutura mínima para sediar a unidade. No entanto, foram visitadas apenas as Comunidades do Maturuca e do Barro.

A primeira não dispunha de espaço físico que pudesse abrigar a escola, mesmo que na fase inicial. Já a segunda dispunha de uma estrutura adequada, mas esta demandaria uma ampla reforma. Como se trata de propriedade particular e, até o presente momento, os administradores não oficializaram o interesse em ceder o espaço, as negociações não avançaram. Informações extraoficiais dão conta de que o Conselho Indígena de Roraima (Cirr), por meio do Conselho Diretivo da Escola, que a mantém em funcionamento, não autorizou a cessão do prédio ao IFRR, uma vez que isso dependeria da concordância das lideranças que compõem a entidade indígena.

Ainda segundo a professora Raimunda, como até agora o Cirr não oficializou a possibilidade ou a impossibilidade de instalação da escola no Barro, a Sodiurr veio demonstrar interesse formal, que será avaliado pelo IFRR. "A partir de hoje, iremos aprofundar o debate com as organizações indígenas, analisar as questões orçamentárias e planejar as próximas ações, já que, no que tange a orçamento, o projeto só será viável para o exercício de 2017", esclareceu.

Lupedro falou, com entusiasmo, sobre a importância da presença do IFRR na localidade. "Solicito que seja acatada a decisão das lideranças indígenas, pois necessitamos de qualificação técnica e profissional nas mais diversas áreas", enfatizou.

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