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Indígenas reclamam de atendimento

Diário da Amazônia-Porto Velho-RO
18 de Abr de 2005

Indígenas de Rondônia estão reclamando do atendimento médico de saúde a que estão sendo submetidos, gerenciado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Segundo eles, é comum esperar meses por uma consulta ou aguardar horas em filas de postos até serem examinados. Nem sempre foi assim. "Quando a Funai (Fundação Nacional do Índio) prestava o serviço, o povo era atendido pelos médicos na sede do órgão. Era muito melhor. Queremos saber o que a Funasa tem feito com tantos recursos?", questiona Cizino Karitiana.
A indignação do indígena tem explicação. Ele conta que tem lutado para conseguir uma consulta para o neto de dois anos, deficiente físico, desde que a criança nasceu. Por enquanto, não teve sucesso. "Ele não anda, nem fala. Como nunca foi ao médico, tem ficado cada dia pior", lamenta.
Se Cizino Karitiana reclama da falta de atendimento, Joaquina Karitiana, de 60 anos, se queixa de não ter sido examinada de maneira adequada. Ela conta que há vários anos sofre fortes dores no abdômen. Vem para Porto Velho sempre que é acometida por uma crise, mas, mesmo tendo sido atendida por médicos, a doença ainda não foi diagnostica.
"Já fui levada para o Hospital de Base, mas não fiz nenhum exame. Só há 20 dias estou tomando remédios. Vou acabar morrendo e ninguém diz o que eu tenho", afirma.
Além de reclamarem do "péssimo" atendimento a que vem sendo submetidos nos postos, os indígenas denunciam a falta de compromisso de funcionários da Casa do Índio, unidade gerenciada pela Funasa, destinada a abrigar índios em tratamento em Porto Velho. "Eles nos deixam nos hospitais e vão embora. Ficamos abandonados. Estamos sendo desrespeitados", diz Elisângela Karitiana, de 24 anos.

Funasa - A Coordenação Regional da Funasa em Rondônia informou, via assessoria de imprensa, que, em todo Brasil, indígenas são atendidos em unidades públicas de saúde. A assessoria disse também que, no tempo em que a área era de responsabilidade da Funai, os índios recebiam apenas atendimento médico básico.
Conforme explicou a assessoria, os indígenas nunca são levados sozinhos para postos ou hospitais. Eles são acompanhados por enfermeiros da Casa do Índio e têm o atendimento priorizado nas unidades.
A Funasa de Rondônia atende cerca de 13 mil índios em uma área que abrange também municípios de Aripuanã e Juína (MT) e Humaitá (AM). Dentro de alguns dias, o órgão deverá divulgar um levantamento sobre como era a assistência médica aos indígenas antes e depois que a Funasa assumiu o serviço.

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