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indígenas participam de oficina sobre DST/AIDs, hepatites e alcoolismo

24 horas News-Cuiabá-MT
23 de Nov de 2004

Vinte e quatro estudantes indígenas das etnias bakairi umutina, paresi, bororo e chiquitanos participam da oficina sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), hepatites e alcoolismo aberta hoje (23) de manhã, na sala 1, de Pós-graduação da Faculdade de Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (FAET) da Universidade Federal Mato Grosso (UFMT). Serão cinco dias de trabalho e de reflexão sobre a sexualidade em contextos pluriétnicos e multiculturais, dificuldades nas ações preventivas, o papel do homem e da mulher na organização social, sobre alcoolismo na comunidade indígena, dentre outros assuntos.

A oficina faz parte de um projeto interdisciplinar e interinstitucional que visa a prevenção e redução das DSTs, hepatites, alcoolismo e infecção pelo vírus do HIV/AIDs, através de ações educativas e do método do diálogo intercultural. Além dos estudantes indígenas, o projeto é voltado para os professores indígenas das aldeias, agentes indígenas de saúde, agentes de saneamento básico, auxiliares indígenas de enfermagem, representantes de associações indígenas e da Pastoral indígenas, lideranças indígenas e jovens adolescentes e comunidade.

´´É um projeto dos índios´´, afirmou a coordenadora Rosa Mari Guimarães Godinho de Morais, ao fazer um retrospecto do trabalho iniciado em 2001, com os projetos pilotos I e II desenvolvidos com os índios Paresi, inclusive com a produção de material didáticos pelo próprios indígenas. Em 2003, o projeto foi ampliado para os povos indígenas bakairi, umutina, irantxe e nambikuara. Anunciou ainda que o projeto foi aprovado pelo Ministério da Saúde para 2005 e 2006, atingindo os distritos sanitários indígenas de Vilhena (RO), de Colíder e de Cuiabá.

A assessora de antropologia do projeto, Edir Pina de Barros, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UMFT), considerou o trabalho fundamental para deter o avanço das DSTs nas regiões Centro-Oeste e Amazônica; abrir o processo de discussão sobre o alcoolismo, e fortalecer o diálogo intercultural. ´´A cadeia de contaminação tem que ser controlado´´, afirmou ao observar que os povos indígenas estão mais expostos e as cidades são pontos de riscos.

Hilda Maria Sturmer Gonçalves, representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), destacou a importância do trabalho da equipe e dos voluntários do projeto. Ressaltou ainda o papel dos estudantes, como multiplicadores em suas aldeias, na prevenção de DSTs. Já o coordenador de Educação e Saúde do município de Cuiabá, Elson José de Melo, falou das parcerias. A técnica da Secretaria de Estado de Saúde, Cristina Fernandes Vidziunas, lembrou que é preciso discutir as doenças sexualmente transmissíveis abertamente e sem preconceito. O superintendente de Políticas Indígenas, Idevar Sardinha, participou da solenidade de abertura da oficina.

O estudante Jusimar Itaiquiri Rondon, Bakairi, agradeceu a equipe de voluntários. ´´Os jovens têm idéias que gostariam de dividir com a equipe´´, afirmou ao considerar importante os jovens terem sido lembrados para essa atividade. A pró-reitora de Vivência Acadêmica e Social da UFMT, Marilda Matsubara, também destacou o papel das parcerias em diversas frentes de trabalho. ´´A UFMT tem feito o dever de casa´´, frisou ao falar do fortalecimento da unidade interinstitucional. A diretora do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), Teresa Cristina Higa, também parabenizou o trabalho da equipe interdisciplinar e dos voluntários. Participam do projeto a UFMT, através da Pró-Reitoria de Vivência Acadêmica e Social, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais e do Instituto de Saúde Coletiva, a Funai, o Governo do Estado, através da Superintendência de Políticas Indígenas e da Secretaria de Trabalho, Emprego e Cidadania e a Prefeitura de Cuiabá através da Fundação de Saúde. A equipe envolvida nas atividades conta, ainda, com o apoio das prefeituras dos municípios onde se localizam os povos indígenas incluídos no programa.

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