Indígenas ocupam sede do Iphan em Porto Seguro

Índios querem construir pier e 100 ocas para venda de artesanato

Índios ocupam sede do Iphan em Porto Seguro
Maria Eduarda Toralles, da sucursal Eunápolis

Cerca de 100 índios pataxós da Aldeia de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, acabam de ocupar a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no centro histórico de Porto Seguro (a 707 quilômetros de Salvador, no extremo sul do estado). Os índios bloquearam a entrada e saída de funcionários do Iphan do prédio.

Homens, mulheres e crianças chegaram a cidade histórica por volta das 9 horas da manhã e percorreram as ruas cantando cantos indígenas, até a entrada do escritório do Iphan, onde surpreenderam os funcionários do órgão com a ocupação.

De acordo com o cacique Aruã, a manifestação é pela morosidade do Iphan em assinar a liberação de obras de construção de 100 ocas para a venda de artesanato, na Praça do Cruzeiro, na aldeia e para a construção de um píer, na aldeia. "Já fizemos duas viagens a Brasília e nada. A Funai (Fundação Nacional do Índio), a Conder e a Cooperativa
de Habitação da Reserva Indígena já assinaram. As obras estão paradas por causa do Iphan", disse o cacique.
De acordo com um documento apresentado pelos índios, no início de 2007 já foram alocados mais de R$ 3 milhões de reais para as obras. Verba disponibilizada pelo Governo do Estado e pela Caixa Econômica Federal.

A aldeia de Coroa Vermelha abriga hoje mais de cinco mil índios. A terra indígena é tombada pelo Iphan, como patrimônio histórico e artístico nacional. No local foi rezada a primeira missa no Brasil.