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14 de Jan de 2025
Indígenas ocupam sede de secretaria de Educação no Pará contra conversão de aulas presenciais em online
Líderes do protesto afirmam que a saída dos espaços administrativos ocorrerá apenas após uma reunião com o secretário da pasta
Por Luis Felipe Azevedo - Rio de Janeiro
14/01/2025 16h56 Atualizado há 8 horas
Indígenas de dez etnias ocupam nesta terça-feira a sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc). A mobilização, que reuniu mais de cem lideranças, é contrária à conversão de aulas presenciais em online e pede a permanência do Sistema Modular de Ensino (Some) - modalidade que garante o ensino médio em locais distantes das sedes municipais - na educação indígena. Policiais militares (PMs) foram deslocados para o local após alguns indígenas derrubarem um portão.
Líderes do protesto afirmaram que a saída dos espaços administrativos do Some e da coordenação de educação escolar indígena ocorrerá apenas após uma reunião com o secretário de Educação estadual, Rossieli Soares.
Os indígenas, de etnias como munduruku e tupinambá, são contrários à conversão de aulas presenciais em aldeias ao modelo online e ao fechamento de turmas para substituição pelo ensino à distância.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), "a grande maioria das comunidades indígenas do Estado não conta com a infraestrutura necessária para a substituição e tal ação do governo é uma grande farsa, pois além da falta de estrutura mínima não existe nas comunidades energia elétrica suficiente e nem sinal de internet".
- Nosso estado tem mais de 55 etnias e uma população indígena de mais de 60 mil pessoas. Não podemos aceitar que o estado da COP30 tire o direito destas comunidades à formação integral. Queremos ser ouvidos pelo governador do Pará - disse Conceição Holanda, coordenadora geral do Sintepp.
A Seduc disse, em nota, não ser verdade que o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) será finalizado. A instituição afirma que as áreas continuarão a ser atendidas pelo programa, que chega a pagar até R$ 27 mil para que professores atuem em localidades remotas.
O Sintepp afirma também que a PM "lançou spray de pimenta nos banheiros do prédio, cortou a luz e tentou limitar o acesso da imprensa aos manifestantes".
Procurada pelo GLOBO, a PM afirmou que "não houve confronto, e a manifestação permanece pacífica no interior do prédio".
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