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Autor: Tainá Jara
07 de Set de 2013
Cerca de 100 famílias indígenas estão levantando barracos em uma área de cinco hectares, ao lado da Aldeia Urbana Água Bonita, na região norte de Campo Grande. De acordo com o cacique, Nito Nelson, 52 anos, o espaço pertence ao Governo do Estado e seria destinado para construção de 104 casas para continuação da aldeia já existente, porém a regulamentação da situação é aguardada há 12 anos. A ocupação se iniciou na quarta-feira (04).
Conforme o cacique, que também é presidente do Conselho Estadual dos Direitos Indígenas, o ato tem a intenção de acelerar os tramites com relação a destinação da área."Esta ocupação é para pressionar para que o processo, que já está pronto, saia. Só falta o parecer da Funai (Fundação Nacional do Índio)", afirma.
A área foi destinada pelo Governo do Estado para construção de casas para indígenas, em 14 de maio de 2001, juntamente com os lotes Aldeia Bonita, onde foram construídas 62 residências por meio da Agehab (Agência Estadual de Habitação).
Dos indígenas que participam da ocupação, metade é da própria Água Bonita e a outra metade são os que vivem de aluguel em outras regiões da cidade. "Em treze anos as famílias cresceram e a casa não comporta mais", afirma Nito. As habitações são de quatro cômodos.
A dona de casa Silvana Polidório, 32 anos, vive de favor em uma casa próxima a região, junto com o marido, três filhos pequenos e o irmão. "Se estas casas saírem vai ajudar bastante a gente", acredita.
O terena Florencio da Silva, 69 anos, veio do bairro Coronel Antonino, para demarcar seu lote na área tomada. "Estava pagando um aluguel de R$ 550 sendo que minha renda é de um salário mínimo", explica. Desde que se aposentou do trabalho, em uma usina de cana de açúcar, não teve acesso a sua própria terra. O barraco que está levantando abrigará também as quatro filhas e cinco netos.
Na área já foram demarcados 104 lotes que estão sendo ocupados na sua maioria por indígenas das etnias Terena, mas Kaiowás, Guaranis, e Guatós também participam da ocupação.
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