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24 de Fev de 2024
Processo envolve atividades como recepção, desoperculação e centrifugação do mel
A comunidade indígena Kiriri da aldeia Cajazeira, em Banzaê, passou a contar com uma nova unidade de beneficiamento de produtos de abelhas. O espaço foi entregue neste sábado (24) pelo governo do Estado.
A nova unidade da Associação Comunitária Indígena Kiriri Santa Cruz da Aldeia Cajazeira, implantada pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), vai realizar todo o beneficiamento do mel, desde a chegada das caixas até a embalagem final do Mel Kiriri. O processo envolve a recepção, desoperculação, centrifugação, decantação, embalagem e rotulagem do Mel em bisnagas de 250g, 500g e 1.000g. Tudo isso auxiliado pelos novos maquinários da unidade, o que vai ampliar a produção e a renda dos apicultores e apicultoras da região.
Segundo o apicultor Luciano Jesus, a unidade será importante para os indígenas, que não precisarão mais sair do seu território para fazer o processamento e a comercialização. "É uma felicidade tão grande ver que os nossos apicultores e apicultoras vão poder produzir o mel dentro da sua própria comunidade. Atualmente, a nossa produção é de 11 toneladas por ano, mas a nossa previsão com a agroindústria é dobrar essa produção".
Um dos precursores da atividade apícola na aldeia Cajazeira, seu Valdeci França, conta a evolução na produção de mel agora, com a entrega da unidade de beneficiamento. "No início, a gente se embrenhava na mata, tocava fogo com coivara para poder tirar 10 litros de mel para vender. Hoje, a gente tem essa unidade e o meu sonho é aumentar a nossa produção porque tivemos assistência técnica e aprendemos até a fazer a nossa própria cera", ressaltou Valdeci.
A assistência técnica e extensão rural (Ater) ofertada por meio da Associação de Convivência Apropriada ao Seminário (Arcas), instituição conveniada com a CAR, promoveu capacitações relacionadas à higiene, produção de cera bruta e alveolada, manejo e alimentação das abelhas e outras boas práticas de produção.
Os investimentos do governo do Estado irão impactar na comercialização dos produtos que já contam com o selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), certificação viabilizada por meio de parceria entre a CAR e o Consórcio Intermunicipal do Semiárido Nordeste II (Cisan).
"O SIM nos dá uma garantia da nossa produção e vai nos permitir comercializar em outros locais. A expectativa é que essas ações garantam um retorno bem significativo de renda para a gente", afirmou a apicultora Edilza França.
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