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Indígenas invadem sede da Funai em Palhoça

Diário Catarinense - http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a2440613.xml
16 de Mar de 2009

Integrantes de 15 aldeias do Litoral protestam contra dirigente da fundação

Caciques e lideranças de 15 aldeias indígenas do Litoral de Santa Catarina ocupam a sede do núcleo da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Palhoça, na Grande Florianópolis, desde às 11h40min desta segunda-feira.

Cerca de 20 caciques e lideranças pretendem ficar no local até que as reivindicações deles sejam atendidas e a chefia do núcleo seja tomada por um índio. Os índios exibem pinturas com urucum em sinal de revolta e fumam cachimbo, que simboliza pedido de proteção.

A iniciativa do movimento foi da Comissão Catarinense Guarani Nhemongueta. Segundo o coordenador da comissão, Leonardo Gonçalves (Werá Tupã), a falta de atendimento do chefe do núcleo, José João de Oliveira, gerou o descontentamento e a consequente tomada da Funai. Os índios pediram que os funcionários saíssem da sala e mantiveram guerreiros, com arcos e flechas, na porta de entrada.

O indígena ressaltou que as lideranças das aldeias reclamam da falta de encaminhamentos por parte do chefe do núcleo principalmente em assuntos relacionados à saúde, educação e agricultura. De acordo com Tupã, há dificuldades até mesmo na confecção de documentos:

- Queremos que um guarani ocupe o cargo.

O professor da Aldeia Itaty, no Morro dos Cavalos, em Palhoça, Adão Antunes, comentou que não existe acompanhamento à educação das crianças. Conforme Antunes, falta material escolar, alimentação e a visita frequente de um pedagogo da Funai.

O cacique da Aldeia Morro Alto, de São Francisco do Sul, Adriano Morinico, ressaltou que a ausência do chefe do núcleo compromete várias atividades no local:

- Não existe, sequer, a comunicação com a liderança cacique sobre em que pé está a regularização da territorialidade da aldeia.

O Núcleo de Palhoça é vinculado à Funai de Curitiba. O administrador do órgão, Glênio Alvarez, disse nesta sexta-feira por telefone que José João de Oliveira não falaria sobre o assunto. Ele ressaltou que a reivindicação de troca na presidência foi repassada à Funai de Brasília, que é responsável por nomear os cargos comissionados, e argumentou sobre as reclamações dos indígenas:

- A saúde não é questão da Funai, mas da Funasa. A educação é de responsabilidade da secretaria de Estado da Educação. Só agricultura é com a gente, mas existe um funcionário contratado para passar nas aldeias e verificar questões agrícolas, viabilizando projetos.

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