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Indígenas experimentam agricultura sustentável

Fátima Missionária - http://www.fatimamissionaria.pt
Autor: Mayra Celina
30 de Mar de 2013

Estudantes do Centro Indígena de Formação da Raposa Serra do Sol, em Roraima, no Brasil, criaram uma zona de plantio onde aplicam os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas. A experiência está a revelar-se um sucesso

Em contradição com o discurso político de que a homologação em área contínua da Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol é o maior entrave para o desenvolvimento do Estado de Roraima (Brasil) no que diz respeito à produção agrícola, os estudantes do Centro Indígena de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol (CIFCRSS), antiga Missão do Surumu, procuram mostrar, através do projeto de implantação do Sistema de Plantação em Mandala, que tal afirmação não tem fundamento e que é possível contribuir para o desenvolvimento do Estado de forma sustentável, preservando o meio ambiente e respeitando os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas.

O projeto, iniciado em fevereiro deste ano, contou com a participação de cinco estudantes do Centro Indígena de Formação, das áreas de agropecuária, gestão e manejo ambiental, que efetuaram o plantio de algumas mudas num período de apenas um mês. Nesse campo, foram plantadas 50 espécies entre hortaliças, frutíferas, madeiráveis e plantas medicinais. A zona de cultivo tem uma área de 26 metros quadrados e uma maloca para abrigar caprinos, suínos e outros animais de pequeno porte.

O líder indígena Jacir José de Sousa, Macuxi da comunidade de Maturuca, visitou o local e manifestou satisfação em relação à iniciativa dos alunos em apresentar resultados da formação adquirida no Centro Indígena, servindo como exemplo a outras terras indígenas, e para mostrar ao Estado as possibilidades de uma agricultura diferenciada que possa responder às necessidades e realidades das comunidades nativas.

O Centro Indígena de Formação e Cultura Raposa Serra do Sol, localizado na comunidade indígena Barro, região do Surumu, foi alvo de destruição e ameaças cometidas por invasores, em 2005, devido à homologação em área contínua da TI Raposa Serra do Sol. Apoiando-se no lema «queimaram e destruíram nossas casas, mas não destruíram nossos sonhos», os jovens estudantes, lideranças e parceiros da causa indígena permanecem unidos e fortalecidos na defesa dos direitos dos povos indígenas, uma luta que dura mais de 40 anos.

http://www.fatimamissionaria.pt/artigo.php?cod=26265&sec=8

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