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Indígenas em conflito com a Petrobras

GM, Energia & Saneamento, p. C4
04 de Jul de 2005

Indígenas em conflito com a Petrobras

Os indígenas huaorani, que habitam a província equatoriana de Orellana, em plena selva amazônica na fronteira com o Peru, romperam um acordo com a Petrobras que permitia à estatal brasileira operar naquela região, informou, sexta-feira, Ramón Huani, um dirigente daquela comunidade indígena. Os novos chefes huaorani resistem à construção de uma estrada no parque nacional Yasuni, que ocupa boa parte da província, e questionam a estatal brasileira quanto ao cumprimento de seus compromissos firmados com a comunidade, afirmou o jornal El Comércio, diário editado em Quito.
Os indígenas haviam firmado um acordo com a Petrobras que contemplava o financiamento de vários projetos de desenvolvimento regional e assistência social para os huaorani no valor de US$ 200 mil anuais. Huani, que é coordenador do Conselho de Governo da Nacionalidade Huaorani da Amazônia (Onhae), disse que até dois meses atrás o Onhae e a empresa brasileira mantinham um vínculo, mas agora a estatal não tem manifestado disposição de ajudar a comunidade, acrescentando que os nativos impediram a empresa de atuar no parque.
Pureza afetada
Além disso, segundo Huani, as mulheres huaorani também estão se opondo às atividades de prospecção de petróleo no Yasuni, "pois querem conservar o território livre de contaminação para seus filhos".
Alicia Cahuiya, presidente da Associação de Mulheres Huaorani, afirmou que os trabalhos de exploração das petrolíferas afetaram a pureza dos rios da região amazônica, os principais fornecedores de água aos moradores.
O petróleo é o principal produção de exportação e uma das maiores fontes de recursos do Equador. Sua produção passou de 320 mil barris/dia em 1992 para 526 mil barris/dia em 2004. A venda do óleo bruto gerou uma receita recorde de US$ 3,898 bilhões no ano passado, em comparação com o total de US$ 2,372 bilhões no ano anterior.
De janeiro a abril de 2005, as exportações atingiram US$ 1,484 bilhão frente a US$ 1,098 bilhão em igual período do ano passado.

GM, 04/07/2005, Energia & Saneamento, p. C4

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