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Indígenas elegem delegados para Conferência Nacional de Igualdade Racial

Radiobrás-Brasília-DF
Autor: Irene Lôbo
03 de Jun de 2005

Cerca de 100 indígenas de todo o Brasil participaram hoje (3) de um encontro preparatório para a 1ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que acontecerá em Brasília de 30 de junho a 2 de julho. Recebidos pela secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, indígenas de diversas etnias se reuniram para eleger 48 representantes para a conferência nacional e para apresentar reivindicações e propostas.

A socióloga e representante indígena no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Azelene Kaingang, disse que a principal reivindicação diz respeito à demarcação e homologação de terras indígenas. Segundo ela, mais de 80% dos territórios indígenas estão demarcados, mas a presença de agricultores, fazendeiros, madeireiros e garimpeiros impede que os índios tomem posse dessas terras.

"O problema é que o governo brasileiro não prevê no seu orçamento recursos suficientes para fazer a exclusão desses territórios, para tirar de lá o garimpeiro, o fazendeiro, o madeireiro e todas as empresas ilegais que atuam em terras indígenas. O que falta é promover a extrusão desses territórios indígenas as pessoas não-indígenas que estão lá dentro, que nem sempre são ocupações de má-fé".

O subsecretário de políticas para comunidades tradicionais da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Carlos Eduardo Trindade, conta que, além dos povos indígenas, vão participar da conferência nacional de igualdade racial negros, quilombolas, ciganos, árabes, palestinos, judeus e religiosos de matiz africano.

"A idéia é que os diversos grupos que caracterizam o que nós chamamos de grupos discriminados da população brasileira possam ter uma participação ativa na conferência nacional, onde será revisada a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial".

No total, a conferência reunirá 1.200 delegados eleitos em todos os estados que juntos vão construir um Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O documento dirá quais ações deverão ser executadas pelo governo para contemplar as questões de gênero, cultura e religião da sociedade.

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