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Índigenas e assentados de Mato Grosso são colocados no centro da luta contra o fogo

Estação Vida-Cuiabá-MT
Autor: Adriana Gomes
01 de Ago de 2003

A capacitação de brigadistas indígenas e assentados promete ser uma boa estratégia no combate às queimadas em Mato Grosso. Pelo menos é o que mostra o resultado desta capacitação organizada pelo Ibama junto com a Fundação Estadual de Meio Ambiente [Fema]. Desde o início do trabalho, em 1995, o órgão vem vendo diminuir, ano a ano, os focos nessas áreas, consideradas críticas. Se não baixaram tanto quanto deveriam nos assentamentos, acredita o coordenador do PrevFogo do Ibama, Romildo Gonçalves, é porque Mato Grosso sofre uma pressão antrópica muito grande por ser uma fronteira agrícola em expansão.
Prova dessa pressão são os números que mostram uma queda de 1995 para 1996 [95: 37.660 focos de calor e 96: 11.519] e um aumento entre 2001 e 2002 [01: 33.053 e 02: 55.650]. Já nas áreas indígenas Gonçalves afirma que a situação melhorou muito. Ele acredita que seja pelo fato do Ibama ter colocado os indivíduos no centro da ação e não meros expectadores. Segundo ele, os povos é que procuram o órgão para realizar os cursos com média de participação de 45 a 60 pessoas. Já foram capacitados cinco povos indígenas, entre eles os Xavantes, os Nhambiquaras e os Bacairi. Os assentamentos, desde o início deste ano, já somam 18, mas o objetivo do Ibama é capacitar brigadistas em todos os 307 assentamentos do Incra; 36 do Intermat e das prefeituras.
O curso é fundamentado na história do fogo, Educação Ambiental, formas de prevenção e controle, noções de navegação aérea e terrestre e legislação ambiental. Além disso existe também aula prática onde são ensinados a utilizar no combate ao fogo: enxada, machados e abafadores. Para garantir a participação de todos a órgão ainda oferece lanche para quem não é da comunidade.
Até agora, entre despesas com técnicos e equipamentos de combate para os brigadistas já foram gastos R$ 83 mil mas Gonçalves garante que o Ministério do Meio Ambiente está preparado para dispender quantos recursos forem necessários para dar continuidade ao trabalho. Isso porque é o combate às queimadas são uma prioridade da ministra Marina Silva, do presidente do Ibama, Marcos Barros e do gerente-executivo em Mato Grosso, Hugo Scheuer.

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